O presidente Michel Temer está reunido neste domingo com os ministros peemedebistas Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)e Eliseu Padilha (Casa Civil), e o tucano Antônio Imbassahy (secretário de Governo), o último a chegar ao Palácio do Jaburu, em Brasília. Os três peemedebistas foram denunciados criminalmente pela Procuradoria-Geral da República.

Desde a última sexta-feira, Temer vem se reunindo com ministros, advogados e conselheiros políticos e de comunicação para discutir sua defesa e a estratégia para barrar a denúncia na Câmara dos Deputados.

A tramitação da denúncia preocupa o presidente e os ministros. Partidos da base do governo, principalmente do Centrão, pressionam a Presidência por nomeações em cargos comissionados e o pagamento de emendas parlamentares, parte delas negociada ainda durante a tramitação da primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, que os deputados não admitiram.

Na semana passada, o Palácio do Planalto recebeu a notificação oficial e deu prazo de dez sessões para que o presidente e os ministros apresentem sua versão sobre os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

Outra preocupação é com o comportamento do PSDB, principal partido aliado de sustentação do governo. Causou insatisfação na bancada tucana a indicação do deputado mineiro Bonifácio Andrada para relatar a segunda denúncia. Ele é do grupo ligado ao senador afastado e presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves (MG), visto como aliado pelo Planalto. Andrada votou a favor de Temer na primeira.

O líder tucano na Câmara Ricardo Tripoli (SP) pediu ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para não indicar ninguém de seu partido para a tarefa, o que não foi respeitado.

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Os deputados tucanos racharam na primeira votação em plenário: placar de 22 a 21, favorável ao peemedebista por apenas um voto. O resultado reforçou pedidos do Centrão para que Temer demita ministros do PSDB, entre eles Imbassahy, o que não deve ocorrer porque ele é cortejado para migrar para o PMDB.


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