O presidente da República, Michel Temer, disse nesta terça-feira, 21, que seu governo começou atuando sobre a questão fiscal brasileira, que era o “centro da recessão” vivida pelo País. “Restauramos um pouco a trajetória de nossa dívida pública. Não há crescimento sustentável sem dívida pública em ordem”, destacou, em discurso durante o Congresso Aço Brasil, que começou nesta terça em São Paulo.

O presidente da República disse ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano seria mais robusto se não fosse a greve dos caminhoneiros. “O País cresce e gera oportunidades”, afirmou, acrescentando que antes da paralisação dos caminhoneiros a estimativa do governo em relação ao crescimento do PIB era de uma expansão de 3,2%.

Mesmo com a greve, de acordo com Temer, a economia fechará o ano com crescimento, acima de 1%. No Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 20, pelo Banco Central, a mediana das expectativas em relação ao PIB neste ano aponta para um crescimento da ordem de 1,49%.

Temer disse ainda que hoje é possível dizer com segurança que a recuperação do setor siderúrgico é sustentável, “sólida e que veio para ficar”. “Em 2016 foi um dos anos mais difíceis para a nossa indústria, mas conseguimos reverter esse quadro”, disse.

Segundo Temer, o governo esteve próximo da indústria siderúrgica, por exemplo, para buscar uma solução para o problema criado ao setor com a medida de protecionista dos Estados Unidos, que sobretaxou o aço importado pelo país. “Setor mostrou sua força na maior crise que o País já passou”, disse.

O presidente voltou a destacar o diálogo como um dos pontos fortes de seu governo e deu a aprovação da reforma trabalhista como o exemplo de como seu governo dialoga com a sociedade. “A reforma trabalhista não se deu do governo para baixo. Conversamos com os sindicatos patronais e de trabalhadores. No dia da promulgação da reforma, tivemos presente sete associações de trabalhadores e sete associações empresariais”, afirmou.

Temer também fez questão de citar e defender o teto dos gastos, tão criticado e até mesmo de ameaçado de ser revogado por vários dos candidatos à Presidência da República. “O teto dos gastos significa que, depois da reforma da Previdência, vamos gastar apenas o que arrecadamos”, disse.