Em resposta às perguntas elaboradas pela Polícia Federal na investigação que apura um suposto esquema de corrupção no Porto de Santos, o presidente Michel Temer afirmou que já realizou negócios com o advogado e ex-assessor da Presidência da República José Yunes.

“Como o Dr. José Yunes, durante algum tempo, além de advogado, dedicou-se ao ramo imobiliário e de construções, realizei alguns poucos negócios nesta área por seu intermédio”, afirmou Temer, destacando que, em sua visão, a pergunta sobre possíveis negócios com Yunes é “impertinência em face do objeto do inquérito”.

A PF também pergunta se Temer teve conhecimento sobre o caso no qual, supostamente, o corretor Lúcio Funaro mandou entregar recursos financeiros para José Yunes. O presidente responde que soube disso por meio da imprensa e, posteriormente, por meio do próprio Yunes, que negou “enfaticamente” os fatos.

A origem, os valores e o destino destes supostos recursos também foram interrogados pela PF, mas Temer não responde a estas questões, uma vez que diz que o possível repasse foi negado por Yunes.

Temer ainda nega que tenha solicitado a Yunes, ou a Loures, ou ao coronel João Baptista Filho que recebessem recursos em seu nome em retribuição pela edição de normas contidas no Decreto dos Portos, quando a PF pergunta especificamente sobre estes nomes, e uma possível retribuição pela edição de normas contidas no decreto.

“Reitero a agressividade, o desrespeito e, portanto, a impertinência, por seu caráter ofensivo, também dessa questão, tal como das anteriores”, completa Temer, que também precisou esclarecer sobre sua relação com Yunes. “A longa amizade criou um grau de confiança entre nós, de maneira que o Sr. José Yunes me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos”, disse o presidente.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias