A Rússia recebeu o primeiro duro golpe depois da publicação do relatório final do investigador Richard McLaren, na semana passada, que detalhou como o Kremlin deu suporte e encobriu o doping no país. Nesta terça-feira, após forte pressão internacional, a Federação Internacional de Bobsled e Skeleton (IBFS, na sigla em inglês) anunciou que o Mundial das modalidades, em fevereiro, não será mais em Sochi, na Rússia.

No domingo, a Letônia havia sido o primeiro país a anunciar de forma oficial o boicote ao evento. Foi uma ação de peso, porque os letões são os melhores do mundo no skeleton. Estados Unidos e Áustria, entre outros países tradicionais nas modalidades, também já haviam indicado que poderiam boicotar o Mundial em Sochi.

Nesta terça, o Comitê Executivo da IBSF disse que “é prudente” não realizar a competição na Rússia, colocando como argumento que os atletas de todos os países merecem participar de uma competição na qual o foco estará no esporte e não em qualquer outra acusação, “justificada ou não”.

Sem citar diretamente o Relatório McLaren, que detalhou como a Rússia acobertou casos de doping exatamente em Sochi, casa dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, a IBFS argumentou ainda que a federação russa de bobsled fez um “grande esforço” para organizar o Mundial, mas que, com “o clima atual”, seria quase impossível apreciar esses esforços.