A cantora Viviane de Queiroz Pereira, ficou mais conhecida pela alcunha de MC Pocahontas e depois de dar uma guinada total em sua vida e carreira, decidiu mudar novamente o nome artístico para Pocah. A funkeira carioca foi a convidada de live da IstoÉ Gente na última quinta-feira (27).

Na entrevista ao repórter Rafael Ferreira,  a  cantora lembrou o início de carreira e as pedras que atravessaram seu caminho, que não foram poucas.“Sou uma mulher real. Tem dia que me acho uma princesa, tem diz que acho que sou a própria caçamba do lixo. A vida tem altos e baixos, mas tem que se reerguer”, avalia.

Na conversa, a cantora destaca o machismo como o maior preconceito que enfrentou, e ainda enfrenta, no dia a dia, tanto da turma do funk como de empresários. “Eles criam na cabeça deles que a mulher é um sexo frágil. Vi que não tinha muito espaço para as mulheres. É como se estivesse cotas”, diz.  Na live, Pocah conta que, em determinados momentos da carreira, as pessoas querem controlar até as roupas que as artistas vestem. “Tem hora que quero ficar com a raba de fora. Tem hora que quero sair de calça. Se eu tiver com vontade de subir ao palco de burca, vou entrar. Já vi muita coisa. Não vou abaixar a cabeça pra ninguém”, diz.

Pocah falou também relatou um momento constrangedor que passou durante uma apresentação em um programa de televisão. “A produção me disse para não me apresentar no programa de calça porque ele (o apresentador) não achava feminino e que eu tinha que ir de vestido, de saia ou no máximo de short”.

A cantora disse que não acreditava que isto fosse iniciativa do apresentador, que ela não quis mencionar o nome. No camarim, ela teve certeza da exigência após uma produtora exigir que trocasse de roupa. “Machuca porque era uma pessoa que eu gostava tanto e ele provou que isto realmente incomoda ele. Ver uma mulher no palco de calça. Eu fiquei tensa o programa inteiro”.

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Na live, a cantora conta que antes de fazer sucesso no funk, era apaixonada por rock, por causa do irmão. “Sou maria vai com as outras”, diverte-se. Não foi somente seu gosto musical que mudou, mas também sua vida pessoal e profissional. Segundo ela mesma, os funkeiros a abraçaram.

Ela iniciou sua carreira musical em 2012 e ganhou notoriedade em todo país pela canção “Mulher do Poder”. Nascida em Nova Iguaçu e criada em Niterói, ambas cidades do Rio de Janeiro, desde a infância carrega o apelido de ‘Pocahontas’, por conta dos longos cabelos compridos e os traços indígenas, que a associa à famosa personagem da animação da Disney. “Eu era apaixonada pelo desenho”, diz.

Ao longo dos últimos anos, Pocah conquistou uma verdadeira legião de fãs, somente no Instagram são mais de 11 milhões de seguidores em seu perfil. Em suas músicas, ela faz questão de deixar claro o poder que a mulher tem. Numa palavra: “empoderamento”. “Sempre tive orgulho de ser independente, de fazer o que eu queria, nunca gostei de ser controlada e eu sempre corri atrás mesmo dos meus sonhos. Não sabia que era feminista. Me descobri assim depois”, diz.


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