O atendimento médico convencional se dá de forma direta, olho no olho, envolve um dedo de prosa e há um contato físico do profissional com o paciente. Mas esse contato virou coisa do passado e uma nova forma de consulta está ganhando espaço: a telemedicina ou medicina à distância. Por causa da crise pandêmica, que motiva uma prolongada quarentena, a partir de agora os pacientes terão que se adaptar a um modelo de atendimento remoto.

NOVA TENDÊNCIA Wiz Soluções amplia oferta de serviços de medicina à distância para seus clientes: atuação mais responsável, diz Heverton Peixoto (Crédito:Wenderson Araujo)

Diante dessa tendência, a corretora de seguros Wiz Soluções, através de sua plataforma Dr. Wiz, desenvolveu um grande projeto chamado Corrente do Bem, que reúne mais de dez mil profissionais de 800 especialidades dedicados à telemedicina. Segundo o CEO da Wiz Soluções, Heverton Peixoto, esse movimento veio para ficar. “É uma nova mentalidade, oferecemos um diferencial aos nossos clientes e nos tornamos socialmente mais responsáveis”, afirma. A gestora da plataforma Dr.Wiz, Francesca Bianco, que comanda a divisão de saúde da empresa, explica que os clientes da corretora agora podem disponibilizar esse serviço para seus funcionários. “O que fazemos é a intermediação entre nossos clientes e os serviços médicos”, diz.

Novo regulamento

“Mais de 90% dos casos clínicos podem ser resolvidos por telemedicina”, afirma o cardiologista Guilherme Weigert, que dirige a Conexa, empresa que reúne médicos dedicados às consultas digitais e participa da Corrente do Bem. Segundo ele, o atendimento digital pode substituir a consulta presencial, pois a quase totalidade dos casos podem ser entendidos pela anamnese, a entrevista que o profissional de saúde faz com o paciente para compreensão de seu estado clínico.

Diante da emergência do coronavírus, um novo regulamento de telemedicina foi aprovado, em 31 de março, pelo Senado, para aliviar os serviços de saúde presenciais. A intenção é diminuir a quantidade de pessoas com problemas menos complexos nos hospitais. Essa forma de atendimento e o envolvimento das empresas com esses serviços não é uma obrigatoriedade, mas sim uma possibilidade que deve crescer. O uso desse instrumento médico já existe desde 2002, mas só teve mais relevância a partir de 2018, com mais de 90 mil atendimentos em todo Brasil, diz Weigert.