Telefônica: Vivo tem estratégia de crescimento orgânico, mas olha oportunidades

A Vivo segue focada no crescimento orgânico, segundo Eduardo Navarro, presidente-executivo da Telefônica Brasil. “Mas, por obrigação, sempre olhamos oportunidades e se alguma boa aparecer vamos analisar se agrega valor aos nossos acionistas”, disse em conversa com jornalistas nesta manhã de quarta-feira, 25.

“A Vivo tem um portfólio sólido de ativos e nossa estratégia é de crescimento orgânico”, afirmou quando perguntado sobre eventual interesse nos ativos da Cemig Telecom e sobre especulações recorrentes em torno de venda da Nextel.

Paralelamente, o executivo não descartou interesse em ativos da Oi. “Não temos interesse na Oi neste momento, mas se houver algum desinvestimento em particular no futuro, vamos fazer comparação entre comprar e construir e avaliar o que é melhor para nossos interesses”, disse.

Navarro considerou, entretanto, ser precipitado comentar algo sobre a venda prevista no plano de recuperação judicial da Oi da concessão de operação no mercado paulista, dado que nenhum anúncio formal foi feito ainda. “Muito cedo para falar sobre isso”, assinalou.

Marco legal

Navarro acredita que a mudança no marco legal de telecomunicações, por meio de projeto de lei que tramita no Congresso, deve ser aprovada por este ou pelo próximo governo, independente do resultado do pleito presidencial.

“Cada vez mais há o convencimento político da necessidade de alteração no marco”, comentou. O executivo mencionou a possibilidade de o documento ser aprovado ainda este ano, embora o calendário no Congresso, face à proximidade das eleições, seja reduzido.

“Se houver convencimento, acredito que seja possível ainda este ano, caso contrário, vai ficar para a legislatura seguinte, dado que essa é uma questão que transcende governos”, observou ainda. Navarro lembrou que, nesse sentido, essa foi uma discussão que veio do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, estando presente na atual administração de Michel Temer.

Dívida

A redução expressiva verificada na dívida bruta e líquida da Telefônica Brasil no segundo trimestre é sazonal, disseram executivos da companhia em conversa com jornalistas.

Com o pagamento de dividendos e juro, da ordem de R$ 4,6 bilhões, previstos no segundo semestre, os números devem voltar aos patamares do final do ano passado, segundo David Melcon, vice-presidente de Finanças da companhia.

Navarro destacou que, de qualquer forma, o nível de dívida líquida em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de 0,26 vez em dezembro de 2017, demonstra que a companhia trabalha livre de dívidas.

No fechamento de junho, a dívida líquida somava R$ 1,5 bilhão, queda de 51% em relação ao final do ano, quando estava em R$ 3,8 bilhões. Assim, a divida líquida em relação ao Ebitda estava em 0,09 vez em junho.