Uma “linha direta” para denúncias de abuso sexual, um código de conduta: os bispos americanos anunciaram as primeiras medidas adotas após o escândalo que levou à demissão do cardeal Theodore McCarrick em julho.

Em um comunicado, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos anunciou que vai estabelecer um sistema gerido por “terceiros” para o registo por telefone ou on-line das denúncias de abuso sexual contra bispos.

O papel que a Igreja desempenhará na gestão dessas queixas não está claro. Segundo o comunicado, estes terceiros “vão informar as autoridades eclesiásticas competentes e, conforme exigido por lei, as autoridades civis”.

A Conferência Episcopal também trabalha no desenvolvimento de um “código de conduta” para os bispos em casos de abuso sexual, que também instruirá como lidar com a “negligência” diante de tais situações.

Os bispos também prometeram “apoiar uma investigação completa” sobre o cardeal McCarrick de todos os abusos que poderiam ter sido cometidos não apenas contra crianças, mas também contra sacerdotes ou seminaristas.

A Conferência Episcopal diz que estas medidas “são apenas o começo” e que está realizando consultas sobre “outras medidas para reparar o escândalo e restabelecer a justiça”.

“Alguns bispos, com suas ações ou omissões, causaram grande dano às pessoas e à Igreja como um todo”, aponta. “Utilizaram sua autoridade e poder para manipular e abusar sexualmente de outros. Deixaram o medo do escândalo substituir o cuidado e preocupação por aqueles que foram abusados”.

As medidas anunciadas são uma resposta ao escândalo do cardeal McCarrick, um dos cardeais americanos mais conhecidos internacionalmente, que renunciou em julho, aos 88 anos, depois de acusações de abuso sexual de um menor, e as revelações sobre pagamentos a dois jovens seminaristas que também o acusaram de abuso.