17/04/2024 - 17:21
Um Santos com uma postura mais rígida no combate à discriminação e ao preconceito. Esse foi o tom de parte da entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira pelo presidente do Santos, Marcelo Teixeira, ao falar da polêmica contratação de Kleiton Lima, acusado de assédio moral e sexual, para dirigir o time feminino santista.
Sobre o tema, ele chegou a se exaltar no discurso. Entende que o caso precisa ser totalmente esclarecido, disse que o clube errou no episódio, e que o Santos precisa ser uma bandeira no combate às desigualdades.
“Estamos ao lado de qualquer campanha que seja contra o preconceito e qualquer tipo de discriminação. O Santos é um exemplo e referência no futebol nacional. O Santos errou ao trazer o profissional. Já nos recompomos, tivemos o acordo (saída do Kleiton Lima) e já contratamos um novo técnico que será apresentado a vocês”, afirmou.
Teixeira foi fundo no assunto e prometeu trabalhar para apurar as responsabilidades sobre a suspeita de assédio moral e sexual às jogadoras. Ele encorajou que outras “vítimas” também façam denúncias corajosas e disse até em buscar ajuda nesta empreitada.
Na entrevista, ele disse ter pedido auxílio a Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), a fim de criar uma espécie de “comissão” sobre o tema.
“O Santos vai assumir esse protagonismo e vai a fundo nesta questão. Pedi ao presidente da Federação, Reinaldo Carneiro de Bastos, que contribua na área esportiva, através do tribunal da FPF, tome a iniciativa de criar um processo interno. Importante ouvir todo mundo, as partes, já que na polícia não houve solução.”
Por fim, ele voltou a se solidarizar com a modalidade e manifestou seu apoio. “O futebol feminino não precisa de protesto, mas de apoio. o Santos vai trabalhar para moralizar o futebol feminino. Não ao preconceito”, afirmou.
Alvo da polêmica, Kleiton Lima foi denunciado por 19 cartas anônimas, que teriam sido escritas por atletas das Sereias da Vila no ano passado sob acusação de assédio moral e sexual. O treinador alegou inocência e chegou a fazer um boletim de ocorrência contra as atletas. Recontratado, Lima entrou em acordo com o clube e deixou o cargo em função da grande onda de protestos provocados pelo seu retorno à Vila Belmiro.