Técnico do São Paulo, Dorival ataca CBF por busca de estrangeiro para comandar Seleção

Dorival Júnior opinou sobre uma possível decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em tentar buscar um técnico estrangeiro para assumir o comando da Seleção Brasileira. O treinador do São Paulo afirmou que ‘é preciso respeitar os profissionais que estão à disposição no país’.

A fala de Dorival aconteceu durante a coletiva de imprensa após o empate do São Paulo com o Fortaleza na última quinta-feira (11), na Arena Castelão. O treinador ainda criticou que as licenças de treinadores concedidas pela CBF só são aceitas em território nacional.

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– Olha, eu acho que primeiro nós temos que respeitar todos os profissionais que aqui estão. É uma troca e essa troca seria saudável. A única compensação que eu faço é que a nossa licença não é reconhecida fora do nosso país, e sabemos que os cursos que nós fazemos na CBF não são baratos. Eu fico imaginando um treinador da série A, da série B, por exemplo, que graças a Deus teve a possibilidade de se formarem – disse.

– Fico pensando naqueles que terminam a sua as suas carreiras no interior do país. Segundo aspecto: eu acho que nós temos excelentes profissionais dentro do país e, independente de termos aqui profissionais de fora e que tenham que ser respeitados, volto a dizer: nós também gostaríamos de ter a oportunidade de trabalhar fora assim – completou.

Ainda sobre este assunto, Dorival falou sobre a opinião de alguns torcedores que defendem o argumento que ‘os treinadores brasileiros teriam parado no tempo’. Para ele, isso é mentira porque, há alguns anos, nem uma formação para ser treinador era exigida.

– Então, quando as pessoas falaram que ‘os treinadores brasileiros ficaram parados no tempo e no espaço’, é mentira. Mentira por quê? Porque nunca exigido de nós uma formação. Quando eu comecei mesmo a trabalhar, no mínimo era exigido um curso de Educação Física, que eu tive porque eu me formei ainda quando eu era atleta. Mas a grande nunca se preocupou com isso porque nunca foi exigido. Nem tão pouco curso da educação física era exigido. Então, a CBF nunca se preocupou com isso. – explicou.

Para Dorival Júnior, o melhor exemplo que explica o porquê de um treinador brasileiro ser adequado para assumir o posto da Seleção Brasileira é que nas cinco vezes que o Brasil foi campeão da Copa do Mundo, em todas eram treinadores brasileiros no comando.

– Cinco vezes, nós somos campeões mundiais. Cinco vezes, nós somos comandados por profissionais brasileiros. Ah, nós tínhamos os melhores jogadores do mundo? É verdade. Concordo. Mas nós fomos campeões. Então, é porque sempre tivemos grandes, e talvez, os melhores jogadores, mas nós fomos campeões cinco vezes porque nós tínhamos também um grande comandante. Um cara que serviu de exemplo – destacou.

Por fim, completou que os torcedores só acreditarão no potencial de um treinador nacional a partir do momento que a própria CBF acreditar nisso – uma vez que a entidade seria o maior exemplo.

– Se nem a CBF e a quem nos conduzam um curso, acredita no potencial do treinador brasileiro, quem vai acreditar? Então é essa a única condição que discutimos com a própria maior do futebol, que nos proporciona um curso de formação e de repente tira do profissional brasileiro, teoricamente porque ainda não se consumou a possibilidade de um desses profissionais estarem à frente da nossa Seleção – concluiu.

Especulado algumas vezes para assumir o cargo, desde o final da Copa do Mundo do Catar, no último ano, Dorival Júnior sempre se posicionou contra a respeito de um treinador estrangeiro assumir o cargo.