“Vergonha” e “asqueroso” foram alguns dos termos usados nesta sexta-feira pelo técnico bósnio Vahid Halilhodzic, do Nantes, após o anúncio das autoridades britânicas, um dia antes, de abandonar as buscas do avião que conduzia o atacante argentino Emiliano Sala e que sumiu quando se dirigia a Cardiff, no País de Gales, na última segunda.

Em entrevista coletiva, o ex-técnico e jogador do Paris Saint-Germain afirmou que a decisão das autoridades não se sustenta, pois as águas no Canal da Mancha, entre o norte da França e o sul da Grã Bretanha, onde possivelmente ocorreu o acidente, “não são profundas”.

“É asqueroso deixar a situação assim, não podemos permitir isso”, disse Halilhodzic, que chorou na última quinta-feira ao falar de seu jogador desaparecido. Com fama de durão, o técnico se emocionou também ao ouvir o pedido da irmã do atleta para que as buscas não fossem interrompidas. “Conversamos muito um dia antes do seu desaparecimento e ele me agradeceu muito. Nunca escutei nada de ruim sobre ele. Era uma grande pessoa”, disse o treinador.

A polícia de Guernsey, no Reino Unido, finalizou as buscas na última quinta-feira. Além de Sala estava no avião o piloto Dave Ibbotson. Em um comunicado também nas redes sociais, o capitão David Barker disse que “as chances de sobrevivência são muito remotas”.

A aeronave com Sala desapareceu na última segunda-feira sobre o Canal da Mancha. O avião Piper PA-46 desapareceu do radar a 20 quilômetros da ilha Guernsey, após decolar de Nantes para Cardiff, onde o argentino iria integrar o elenco do Cardiff City na disputa do Campeonato Inglês. Sala foi contratado em uma negociação de US$ 19 milhões (cerca de R$ 72,2 milhões).