Em meio a 19 desfalques, a maioria deles devido a um surto de Covid-19 vivido pelo Corinthians na última semana, Vagner Mancini teve que tomar algumas decisões para escalar o time que iniciou a vitória por 2 a 1 sobre a Ponte Preta, neste domingo (7), pela terceira rodada do Campeonato Paulista.

A principal delas foi jogar com quatro zagueiros. Sem três laterais, já que Fagner, Fábio Santos e Lucas Piton estão em isolamento, por terem contraído coronavírus, apenas o garoto Guilherme Biro, de 16 anos, foi relacionado na posição, porém Mancini optou por deixar o atleta apenas no banco, já que realizou apenas uma atividade com a presença da prata da casa.

– Entrada de Biro seria natural se ele tivesse um tempo maior com a gente. Ele veio apenas ontem. Difícil em um treinamento passar o que você quer e tirar o máximo do que o jogador pode. Quando você coloca um jogador muito jovem em campo você também está modificando o seu grau de ambiente, você joga uma pressão nele até então não exercida na carreira. A partir do momento que ele tiver um tempo maior com a gente, vai te mais oportunidades. Isso acabou pesando – disse Mancini em entrevista coletiva virtual após a partida.

Contudo, para escalar o time com quatro zagueiros, o treinador corintiano precisou deslocar alguns atletas de função. Com a ausência de Fagner, que estava entregue ao Departamento Médico, com uma lesão no adutor sofrida há duas semanas, contra o Vasco, em Itaquera, pela penúltima rodada do Brasileirão, e agora diagnosticado com Covid-19, Bruno Méndez vinha atuando improvisadamente na lateral-direita, mas contra a Macaca o uruguaio jogou na lateral-esquerda, posição nunca antes exercida pelo atleta, para que João Victor atuar na destra, algo que já havia feito com o próprio Mancini no Atlético-GO, onde atuava por empréstimo na última temporada.

– João Victor na direita já tinha feito essa função comigo no Atlético-GO. Se dá bem nisso, tem volúpia, jogo aéreo, não se esconde. Bruno Méndez na esquerda só tive um treinamento, onde testei ele e o Biro, atleta de 16 anos, que se tivesse mais tempo de treinamento comigo certamente seria o escolhido, porque é da posição – pontuou Vagner.

– Ele (Bruno Méndez) disse que nunca tinha feito (a lateral-esquerda), mas se colocou à disposição. Acho que a participação foi muito satisfatória em todos os sentidos. Arriscou uma subida no início do jogo, quando tinha que ficar ficou. Se identifica muito com o estilo de jogo do Corinthians, porque tem a raça em primeiro lugar – acrescentou o treinador.

No gol

Mas a necessidade em tomar decisões já vem acompanhando Mancini há alguns dias. O surto de Covid-19 no Timão iniciou na última terça-feira (2), véspera do clássico contra o Palmeiras, acometendo oito jogadores, sendo dois goleiros, Cássio e Guilherme, e obrigando o Corinthians inscrever às pressas o arqueiro Caíque França, que recentemente retornou de empréstimo junto ao Oeste.

No entanto, embora seja mais velho, com 25 anos, e possuir mair rodagem, a escolha de Mancini para a meta corintiana foi do garoto Matheus Donelli, de 18 anos, que fez a sua estreia como profissional no Dérbi, agradou e se manteve na titularidade contra Ponte – neste sábado (6), Caíque França esteve presente na nova leve de casos de contaminação pelo novo coronavírus no elenco corintiano.

– Donelli, porque está comigo já cinco meses e o Caíque voltou de um outro clube, eram apenas 15 dias de trabalho, não tinha chego na forma física ideal e acabou pegando Covid nesse meio do caminho. Escolha pelo Donelli foi segura, de um atleta que tenho visto há cinco meses no clube, em formação, assim como todos somos na vida, mas vem mostrando maturidade, fazendo boas defesas. Dois jogados na chuva, foi testado de uma forma – falou o técnico do Timão

>> Confira a tabela do Paulistão e simule os próximos jogos

No ataque

Na zona ofensiva também teve testes, com Antony, que havia atuado apenas nos quatro minutos finais contra o Palmeiras, sendo escalado como titular, no lugar de Jô, que entrou no segundo tempo e fez o gol da vitória. Inicialmente, o garoto atuou pelo lado direito do ataque, com Rodrigo Varanda jogando como centroavante. Mas ainda na primeira etapa, os atletas inverteram o posicionamento.

Ainda assim, Mancini considerou que o nervosismo da estreia atrapalhou Antony, que, ao ver do treinador, terá que se adaptar melhor ao elenco profissional.

– Sentiu um pouco o jogo, o que é normal, porque são atletas que agora não possuem apenas o fato de entrarem no profissional, mas já estão tendo oportunidades rapidamente. a gente corre o risco de um menino ou outro ter que dar uma respirada, voltar ao banco, entender a situação, ver como funciona o profissional. Quando você chega, tem dificuldades, esse amadurecimento é pouco mais demorado – afirmou Vagner Mancini.

Ainda com todos os problemas, ter batido a Ponte Preta mostrou superação do elenco corintiano, que venceu a sua primeira no Campeonato Paulista, onde é líder do grupo A, com cinco pontos, e volta a campo no próximo domingo (14), às 16h, contra o São Caetano, no ABC Paulista.