Uma das atrações do Mundial de Clubes não estará em campo, mas sim à beira do gramado. O ex-meia Xavi Hernández, que brilhou intensamente pelo Barcelona e pela seleção espanhola, é o treinador do Al-Sadd, representante local na competição. O espanhol confia que suas ideias de jogo serão bem assimiladas pelos seus comandados.

O Al-Sadd faz o jogo inaugural do Mundial contra o modesto Hienghene, clube sediado no paradisíaco arquipélago da Nova Caledônia, na Oceania, e que venceu a Liga dos Campeões da Oceania para conquistar o direito de disputar o torneio. O duelo será nesta quarta-feira, às 14h30 (de Brasília). Se vencer a partida, a equipe do Catar enfrentará o Monterrey, do México, na próxima fase.

Xavi teve uma transição rápida para ser treinador e carrega consigo as ideias que tinha quando ainda jogava: controle do jogo por meio de uma longa posse de bola e muita troca de passes. Ele diz que sofre quando seu time não tem a bola. Seu sonho é que seus comandados joguem ao estilo Barcelona.

“Eu me descreveria como alguém que gosta de ter a bola. Eu sofro se meu time não tiver a bola. Sou o mesmo de quando joguei, quando adorava estar no comando da bola. O que eu quero é que minha equipe tenha controle e acho que você tem isso quando tem a posse. Foi assim que fui criado no Barça e na seleção”, disse, em entrevista ao site da Fifa.

Desde maio no comando do Al-Sadd, pelo qual foi campeão nacional em campo, logo antes de virar técnico, Xavi apresentou as credenciais do time catariano. Segundo o treinador, uma das virtudes da sua equipe é a mescla entre juventude e experiência no elenco.

“Al Sadd é uma equipe com a combinação certa de experiência e juventude. Temos a melhor geração de jogadores do Catar de todos os tempos e temos oito ou dez jogadores da seleção com muito talento: Akram Afif, Saad al Sheeb, o goleiro, Hassan Al Haydos, o capitão da equipe nacional, Tarek Salman, Boualem Khoukhi e Salem”, explicou Xavi. “Temos uma equipe que pode jogar um bom futebol. Tudo vai se resumir ao que acontece no dia e à nossa mentalidade, o que eu acho que será perfeito. Mas vamos competir”, completou.

Por treinar o representante local, Xavi entende que um dos principais desafios que tem como técnico no Mundial é afastar a pressão de seus jogadores pelo fato de o Al-Sadd jogar em casa.

“O que vou tentar dizer à equipe é para eles esquecerem a pressão e mostrarem o que podem fazer. A pressão é algo para eu lidar como treinador. Vimos o Hienghene e entendemos que somos os favoritos. No futebol, no entanto, é preciso mostrar isso em campo. O que não tirarei das minhas equipes é a falta de esforço. Eu quero que eles tentem. Eles podem falhar 200 vezes, mas eu quero que eles tentem”, declarou o técnico espanhol.