As eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo do Catar-2022 devem ser afetadas se os clubes mantiverem sua postura de não liberar jogadores, muitos deles os melhores, afirmou nesta quarta-feira o técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni.

“O restante das eliminatórias me parece complicado. Se uma medida não for tomada, não sei que solução eles darão se os clubes continuarem nesta posição”, disse ele em entrevista coletiva virtual, antes do jogo desta quinta-feira contra a Bolívia, em Buenos Aires pela décima rodada.

Os clubes europeus se negaram a ceder jogadores para a rodada tripla, alegando que eles se consideram prejudicados pelas longas quarentenas anticovid, mas a Fifa e o Tribunal Arbitral do Esporte pediram o cumprimento dos regulamentos.

Só a Argentina conseguiu que todos os seus convocados viajassem, motivada pelo empenho em defender a camisa da seleção ‘Albiceleste’.

“É preciso repensar muitas coisas. É preciso sentar novamente e tomar uma decisão. Vamos nos encontrar com treinadores e federações. Dessa forma, não dá para continuar na próxima data (Fifa)”, disse o treinador.

Scaloni frisou que “se as federações forem firmes, não sei que solução vão procurar. Uma coisa é jogar uma data Fifa sem alguns jogadores, pode acontecer, mas competir nos próximos jogos sem os melhores já não me parece justo”.

O técnico liberou, para o jogo com a Bolívia, quatro jogadores da Premier League inglesa, entre eles o goleiro Emiliano Martínez (Aston Villa) e o meia Giovani Lo Celso (Tottenham).

“Chega um momento em que os jogadores pensam muitas coisas. Eu os vi pressionados e preocupados com seus clubes. São situações que não precisam acontecer novamente. Eles mostraram que querem estar presentes, mas não podemos colocá-los nessa situação”, disse o treinador, justificando a decisão de liberá-los.

Sobre a suspensão do clássico com o Brasil devido à invasão de campo por agentes sanitários que queriam deportar os jogadores que atuam no campeonato inglês, Scaloni disse não ter “ideia do que vai acontecer”.

“Jogamos com o Chile em Santiago e aqui (Buenos Aires). O Paraguai veio, jogou na ‘bolha’ e saiu. O protocolo nas eliminatórias é claro e a bolha foi garantida pela Fifa. Isso não mudou além do que poderia ser uma quarentena para um país ou outro. A Argentina ia, jogava e voltava”, analisou o técnico.

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