À frente da seleção brasileira no Mundial Sub-17, que terá início neste sábado, no Brasil, o técnico Guilherme Dalla Déa evita apontar o País como favorito ao título. Na sua avaliação, França, Espanha e Camarões estão em situação mais favorável na briga pelo grande título.

Em entrevista ao Estado, o treinador também previu dificuldades no grupo do Brasil, que terá Canadá, Nova Zelândia e Angola pela frente. A estreia será contra os canadenses neste sábado, no Bezerrão, em Gama, Distrito Federal. O time sub-17 do Brasil busca o tetracampeonato.

Qual é a sua expectativa para o Mundial Sub-17?

A expectativa e a ansiedade pela estreia são grandes. Estive no último Mundial com o professor Amadeu, na Índia. A Copa do Mundo é um momento especial para a carreira de todo profissional de futebol. É uma realização. Esta será ainda mais especial porque será disputada no nosso País. É a primeira Copa das categorias de base no Brasil. É uma grande responsabilidade. Nesse momento meu foco é total na preparação. Dar sequência ao bom momento desse time após o Sul-Americano, em abril. Nós fizemos sete jogos, vencemos seis e empatamos um. Marcamos 18 gols e sofremos cinco. Isso nos dá muita confiança sobre o que podemos buscar no Mundial.

Quem você aponta como favoritos na competição?

As seleções nas categorias de base vêm demonstrando níveis de organização muito grandes. Não dá para desprezar nenhuma equipe. A Copa do Mundo mostra isso. No último Mundial foi assim. Despontaram equipes que não eram consideradas favoritas. Acredito que França, Espanha e Camarões têm excelentes grupos.

Canadá, Nova Zelândia e Angola serão os adversários na primeira fase. Qual análise pode fazer desses adversários?

São três seleções que se classificaram para o Mundial e se prepararam muito bem. São escolas diferentes. Estamos estudando a parte tática dessas equipes. O mais importante é sempre o primeiro jogo. É um momento importante para o time. Teremos o Canadá pela frente. Vamos com muita responsabilidade, mas é importante também que os atletas aproveitem o momento. Que desfrutem do fato de estarem na sua casa.

O Brasil fará dois jogos em Brasília e outro em Goiânia. Qual é sua opinião sobre o local dessas partidas?

Estivemos em Goiânia recentemente onde fizemos amistosos em dois estádios que serão usados no Mundial. As condições de estrutura, gramado e hospedagem foram as melhores. A receptividade do torcedor é sempre muito boa nessas capitais. Esperamos muito que o povo de Brasília e Goiânia nos apoie, nos empurre. Com o torcedor do nosso lado, somos ainda mais fortes.

A Copa de 2014 serve como alerta antes de começar a disputa? Quais os cuidados que se deve ter para disputar o Mundial em casa?

É a primeira Copa do Mundo de base realizada no Brasil. É uma grande responsabilidade, sim. Pressão por vitórias e conquistas sempre vai existir. Mas são jovens em formação. Passo para eles a necessidade de se sentirem orgulhosos e satisfeitos com essa oportunidade, que é única. É um orgulho disputar uma Copa do Mundo. Tento deixá-los tranquilos, com a mente fortalecida. A melhor forma de aliviar a pressão é nos preparando muito bem. Estamos fazendo uma excelente preparação para viver esse momento.

Quais os pontos fortes da sua equipe?

Nossa força está no coletivo. Temos um grupo de muita qualidade, com jogadores talentosos. Muitos já estão em uma categoria acima em seus clubes. Outros foram campeões e destaques nas principais competições de base da categoria. E ainda temos o grupo de atletas que já despontam nos profissionais, como Reinier, Talles Magno, Kaio Jorge, Sandry, Yan… Esse grupo representará muito bem a seleção brasileira na busca pelo tetracampeonato da categoria.

Acredita que alguns desses seus atletas poderá brigar por vaga na Copa do Catar de 2022?

Nosso objetivo na base é sempre preparar os atletas para seguirem dentro da seleção brasileira. Essa geração 2002 é talentosa. Acredito que muitos terão oportunidades na equipe principal no futuro. O trabalho de integração entre as comissões técnicas realizado hoje na CBF tem esse objetivo. É um acompanhamento constante dos nossos atletas. Quanto mais rodagem vestindo a amarelinha, mais preparados estarão para a responsabilidade que é defender o legado de única seleção pentacampeã do mundo.