A senadora Simone Tebet (PMDB-ES) afirmou nesta quinta-feira, 25, que os apoiadores do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, devem pedir a suspeição de duas testemunhas de defesa da petista. A decisão ocorre após o responsável por comandar a sessão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ter declarado suspeito o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira.

Lewandowski retirou Oliveira da lista de testemunhas de acusação do processo após pedido feito pelo advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, que questionou o fato de o procurador ter convocado, por meio de uma página pessoal em uma rede social, um ato em favor do impeachment. Oliveira foi convertido por Lewandowski em informante do processo.

Simone disse que, diante dos argumentos de Lewandowski, Nelson Barbosa também não poderá ser testemunha de defesa por ter autorizado, como ministro da Fazenda, a realização do Plano Safra, um dos alvos do processo de impedimento. Sem citar o nome, ela afirmou que outra testemunha também deverá ser alvo de uma arguição de suspeição.

“Em sendo assim (o entendimento do presidente do STF), aqui é obvio que (Nelson Barbosa) não pode ser testemunha. Ele foi o ministro da Fazenda que autorizou o Plano Safra e tudo o mais. Em se avaliando isso, (a suspeição dele) também terá de ser acatada. Também vai ter que acatar a suspeição no sentido de receber a suspeição do ex-ministro da Fazenda e de uma testemunha () como informante. Aí você equilibra a balança”, disse a senadora.

Para Simone, o rigor do presidente do STF “sem dúvida” pode acelerar o julgamento do processo de afastamento sem qualquer prejuízo. “Não acho que isso (os questionamentos de suspeição) prejudica em nada o processo. A partir de agora, passadas as preliminares, o julgamento é político. Não tem qualquer forma de o Supremo anular (o processo), a não ser que aqui ocorra alguma absoluta sandice”, avaliou.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), também defendeu a realização de novas suspeições a partir da decisão de Lewandowski. “No momento em que a testemunha de acusação foi convertida em informante, e eu tenho certeza que isso acontecerá com outras testemunhas, e que obviamente nós acatamos a decisão de Vossa Excelência, não retira do poder do informante trazer a argumentação absolutamente vinculada ao fato que nós traz para esse julgamento, como tem feito de forma equilibrada, serena e tecnicamente robusta por parte do doutor Júlio Marcelo”, argumentou o tucano, em plenário.

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