‘Teacher dos famosos’ fala sobre IA no ensino de inglês: ‘Fator humano é decisivo’

Especialista no ensino do idioma e influencer, Carolina Diniz defende uso da tecnologia com propósito, disciplina e suporte emocional

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Carolina Diniz, a ‘Teacher dos famosos’. Foto: Divulgação.

A inteligência artificial está transformando a forma como aprendemos inglês. Ferramentas como chatbots, assistentes de voz, corretores de pronúncia e plataformas adaptativas com microlearning oferecem experiências personalizadas e acesso instantâneo ao idioma, e prometem acelerar o aprendizado de milhões de pessoas ao redor do mundo. 

Mas para Carolina Diniz, especialista em inglês, influenciadora conhecida como “Teacher dos Famosos” por ter formado artistas, CEOs e influenciadores, o avanço tecnológico precisa vir acompanhado de uma mudança interna no aluno.

“A inteligência artificial é uma aliada poderosa, mas o que transforma mesmo é a intenção que o aluno coloca no processo”, afirma a especialista.

Segundo Carolina, não são poucos os casos de alunos que a procuram frustrados, mesmo após meses ou anos de uso de aplicativos modernos.

“Têm apps, têm acesso à tecnologia de ponta, mas continuam travados para falar ou pensar em inglês”, relata. “É aí que entra o papel da Programação Neurolinguística e do coaching: ajudar cada pessoa a entender o que a bloqueia emocionalmente, criar uma narrativa interna de confiança e trazer disciplina com propósito.”

Os dados reforçam a preocupação. De acordo com o EF English Proficiency Index, mais de 95% da população brasileira ainda não é fluente em inglês. Ao mesmo tempo, o Global Online Language Learning Market 2025, da Allied Market Research, aponta que o mercado global de ensino de idiomas online deve ultrapassar US$ 32 bilhões até 2030, com destaque para o inglês como principal motor de crescimento.

Outro estudo, da HolonIQ, projeta que até 40% das escolas e cursos de inglês no mundo devem adotar soluções de IA adaptativa nos próximos três anos, com recursos que ajustam o conteúdo de forma automática a partir do desempenho de cada estudante. A tendência é promissora, mas não elimina um problema recorrente: a falta de engajamento. E um Levantamento do Journal of Online Learning and Teaching mostra que mais de 70% dos alunos abandonam plataformas digitais de idiomas após os três primeiros meses. Para Carolina, a explicação é simples: “Sem clareza de propósito e sem cuidar do lado emocional, a motivação não se sustenta.”

Ela defende uma abordagem integrativa, em que a tecnologia serve como ferramenta, mas o aluno é orientado a desenvolver disciplina, consciência emocional e objetivos claros. “Acredito que a tecnologia não substitui o humano, mas potencializa quem tem clareza de onde quer chegar. O inglês não é só um idioma: é liberdade, portas abertas, autoestima. Se eu pudesse resumir: IA é ferramenta, mas quem decide até onde vai é sempre você”, diz.