ROMA, 5 JUL (ANSA) – Começou nesta terça-feira (5), às 8h, a greve nacional de taxistas em toda a Itália, em manifestação que vai durar até o fim da quarta-feira (6). Os profissionais estão protestando por conta de uma nova lei que está debatendo a ampliação e regulamentação da presença de aplicativos de transporte no país.   

Segundo os sindicatos regionais, a adesão ao protesto é quase total em todo o território e, além de cruzarem os braços, carreatas em pontos de bastante fluxo nas maiores cidades também estão sendo realizadas. Em Roma, por exemplo, a rota vai da praça da República até a praça Veneza.   

Nas concentrações, muitas faixas criticando o governo de Mario Draghi pela medida, bem como xingamentos contra a Uber, que seria beneficiada com o novo texto, chamado de “lei da concorrência”.   

Há semanas, os representantes do setor estão em negociação com o governo sobre a nova legislação, mas na última reunião, realizada em 27 de junho, optaram pela greve porque os resultados que queriam não estavam sendo alcançados.   

O maior ponto de combate é o artigo 10, que determina que ocorra “a adequação das ofertas de serviço às formas de mobilidade que se desenvolvem mediante aplicativos web que usem plataformas tecnológicas para a interconexão entre passageiros e condutores”. Além disso, cita a “promoção da concorrência, também no quesito de conferência de licenças, com o objetivo de estimular padrões de qualidade mais elevados”.   

Para os representantes do setor, a nova legislação desregulamenta o trabalho dos profissionais e é uma tentativa do governo apenas de beneficiar a Uber. E as modificações obtidas até o momento são apenas “periféricas” e não revogam todo o artigo 10.   

“Estamos cada vez mais convictos que para reescrever as normas para melhorar o setor é preciso não ter uma lei de delegação dentro de um projeto sobre concorrência, mas através de um provimento de debate entre a categoria, o governo e os sindicatos”, informam os representantes do setor.   

Atualmente, o texto da nova legislação está em segunda leitura na Câmara dos Deputados após modificações acordadas com os sindicatos dos taxistas terem sido adicionadas no projeto aprovado no Senado. Entre os deputados, há cerca de 400 emendas à lei e, por conta disso, espera-se que a aprovação do texto ocorra apenas no fim do mês de julho.   

O presidente da Conftrasporto-Confcommercio, um dos maiores sindicatos da categoria, Paolo Uggè, afirmou no início dos protestos desta terça que uma das soluções que podem ser adotadas é o que ocorreu em Roma. A Radiotaxi Roma e a Uber fecharam um acordo que prevê um percentual de 6% para cada corrida feita por reserva em um aplicativo de serviço da empresa italiana.   

“Assim, garante-se a todos um número mais elevado de chamadas.   

Com aquele acordo, a conhecida empresa de táxis romanos transformou em parceiro comercial aquele que antes era um antagonista, assegurando profissionalismo e critérios de organização que devem continuar”, pontuou ainda. (ANSA).