Rio – Motoristas de aplicativo e taxistas fazem uma manifestação, na tarde desta terça-feira, em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, no Centro do Rio. Em determinado momento, taxistas foram até o vereador Marcello Siciliano (PHS) e começaram uma discussão. A categoria cobra maior agilidade na votação do projeto de lei (PLC 78/2018) que estabelece regras para o transporte de passageiros por aplicativos.
Nas imagens, é possível ver dois taxistas discutindo e cobrando que o projeto seja votado ainda nesta terça-feira. Confira o vídeo!
Para o vereador Siciliano, a discussão deve se prolongar por toda semana. “Os vereadores escreveram para discutir o projeto, cada vereador tem 15 minutos. Na semana passada, extrapolou o tempo da sessão, não quiseram fazer uma sessão extraordinária para dar continuidade. Hoje, novamente, tem uns seis ou sete vereadores para discutir. E aí os vereadores vão ter o prazo deles porque é regimental e eles têm o direito de discutir e falar aquilo que eles acreditam. Então estão discutindo isso hoje, a partir das 16h e provavelmente cada um vai usar o tempo todo. Se você somar oito vereadores, por quinze minutos, não vai dar tempo as duas horas de sessão e, com certeza, vai ficar para o dia seguinte e é normal em projetos polêmicos, de transformação”.
“Eles (taxistas) estão na ansiedade porque hoje tem uma concorrência no transporte que prejudica eles, eles entendem que é desleal, só que eles têm que entender que não é só estalar os dedos que muda isso. Estamos aqui discutindo para ser visto da melhor maneira possível para que atenda a todos de forma justa. Sou a favor da isonomia”, completou o vereador.
Uma das emendas do projeto pede a retirada da decisão que limita a quantidade de carros por habitantes, alegando inconstitucionalidade. No texto-base, o tempo de vida dos carros seria de quatro anos, mas uma emenda pede que seja de oito anos. Continua valendo a regra que obriga que todos os motoristas sejam registrados na Secretaria Municipal de Transportes.
Discussão entre as categorias
O DIA acompanha a manifestação desta terça-feira e conversou com motoristas de aplicativos e taxistas. Leonardo Teco, representante dos taxistas, esclareceu que a confusão que aconteceu na semana passada, com taxistas entrando a força na Câmara dos Vereadores, não é a orientação da frente do táxi. “A orientação é trazer o vereador pra discussão. Não adianta agredir o vereador, isso o afasta da categoria. Nós queremos sentar e iniciar uma conversa. Já tiramos alguns artigos que desfavoreciam os aplicativos. Nós estamos dispostos a sentar e dialogar. É isso que o taxista tá pedindo, que o vereador venha, sente e inicie uma discussão, e nem isso eles estão querendo fazer. Foi isso que gerou aquela violência toda da semana passada”, contou.
Já Denis Moura, porta-voz dos motoristas da Uber, contou que a categoria não pode apoiar um projeto que todos os artigos sejam proibitivos. “Ela (projeto) se disfarça de regulamentação mas se baseia no estudo do COPPE, que o objetivo fica bem claro: diminuir o número de carros. Só que quem dirige carros são pessoas e pessoas são trabalhadoras. Se você tirar carro, você tira trabalhador. Eu gostaria muito de um projeto que empregasse os 120 mil motoristas e não tirassem eles da rua”. Questionado quanto a expectativa da votação, o porta-voz foi claro e disse que “o projeto não pode ser votado em hipótese alguma”. “O presidente deu uma recuada e disse que na quinta-feira quer conversar com as duas categorias”, completou.

 


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