A baixa dos juros futuros perdeu parte da tração na tarde desta segunda-feira, 9, depois de o dólar virar para o positivo ante o real. Ainda assim, as taxas terminaram em quedas firmes em relação à sessão da sexta-feira, influenciadas por um cenário de arrefecimento de questões externas. A constatação da vitória do democrata Joe Biden nos Estados Unidos e a notícia da eficácia de 90% da vacina da Pfizer e da BioNTech contra a covid-19 alimentaram o rali para ativos de risco. Participantes do mercado de DI lembram, contudo, que o cenário fiscal brasileiro segue com grandes desafios, à medida que a agenda do Congresso segue congestionada neste fim de ano legislativo.

A taxa do DI para janeiro de 2021 terminou a sessão regular em 1,925% e a estendida em 1,924%, de 1,931% na sexta-feira. O janeiro 2022 foi de 3,355% para 3,290% (regular) e 3,270% (estendida). O janeiro 2023 passou de 4,906% para 4,810% (regular e estendida). E o janeiro 2027 caiu de 7,274% para 7,160% (regular e estendida).

As taxas de encerramento ficaram um tanto distante dos menores níveis da sessão, no começo da manhã, quando o dólar à vista também chegou à mínima de R$ 5,22 e a Bolsa à máxima acima de 105 mil pontos. De acordo com um operador, os ativos brasileiros estão gradualmente “encontrando novo ponto de equilíbrio” após o otimismo generalizado da manhã.

“Tivemos (no início do pregão) uma descompressão de prêmios nos três mercados brasileiros, bem clássica, são os drivers do ‘risk on’. Depois o movimento do dólar arrefeceu, e os juros acompanharam em parte”, pontuou o diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas, Rogério Braga.

Para ele, o mercado também volta a se direcionar por questões internas. “No curto prazo, tivermos uma trégua no fiscal, que segue sendo o principal drive no médio prazo no Brasil”, disse.