Os juros futuros fecharam a sessão regular da segunda-feira, 14, próximos da estabilidade. Após operarem em leve alta pela manhã, à tarde as taxas zeraram o avanço e passaram a oscilar perto dos ajustes anteriores e até ensaiaram queda em alguns momentos. A melhora de humor externo e a dissipação dos rumores de que o governo deixaria caducar a proposta da Taxa de Longo Prazo (TLP) – que puxaram para cima as taxas no final da sexta-feira – permitiram alívio de prêmios. Por outro lado, o compasso de espera pelo anúncio das medidas fiscais limitou a melhora do mercado.

A taxa do contrato de Depósito Internfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 (269.240 contratos) fechou com taxa de 8,06%, estável ante o ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 (187.4735 contratos) também terminou no mesmo nível do último ajuste, a 9,39%. O DI para janeiro de 2023 (39.240 contratos) fechou em 9,99%, de 9,98%.

Depois de um fim de semana dedicado a reuniões com ministros da área econômica e política para discutir as medidas, o presidente Michel Temer seguiu reunido com sua equipe nesta segunda-feira, mas até o fechamento da sessão regular nada ainda havia sido divulgado. Entre os principais pontos do anúncio, está a mudança das metas fiscais definidas para 2017 e 2018, que devem chegar a um déficit de R$ 159 bilhões, como visto em 2016.

O líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), disse que o novo valor será definido entre a segunda e a terça-feira. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou o Planalto por volta das 16 horas e retornou a seu gabinete.

Segundo fontes, o anúncio pode não ocorrer nesta segunda e técnicos da Receita e do Tesouro vão se reunir nesta mesma data para discutir o cenário. No cardápio de medidas, a área econômica estuda propor o aumento da alíquota previdenciária de servidores para até 14%, apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. A medida em avaliação poderia render cerca de R$ 1,9 bilhão adicional ao ano.

Sobre a TLP, o Broadcast apurou que o governo vai escalar sua tropa de choque no Congresso para dar fim às tentativas da oposição de barrar a tramitação da Medida Provisória (MP) que muda a taxa de juros dos financiamentos do BNDES. Articuladores do governo tentam reverter a decisão do presidente da comissão mista que analisa o texto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), de cancelar a sessão marcada para a terça, quando seria lido o relatório favorável do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE).

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A convocação foi transferida para o dia seguinte, 16 de agosto. O texto precisa ser votado até 6 de setembro nas duas casas para não perder a validade.

No exterior, as preocupações com um conflito entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, que poderia estourar no fim de semana, perderam um pouco de força. Nesse sentido, também ajudou o anúncio da China de que proibirá a partir de terça-feira a importação de alguns bens estratégicos da Coreia do Norte. A medida visa a cumprir recentes sanções impostas a Pyongyang pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) como forma de conter o avanço do programa nuclear norte-coreano.


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