Após abrirem em alta, as taxas futuras de juros rondavam os ajustes da quarta-feira nesta quinta-feira, 31, com os investidores de olho na questão fiscal, no dólar em alta e com o leilão do Tesouro no radar. O contraponto favorável foi a desaceleração da taxa de desemprego no Brasil para 12,8% no trimestre encerrado em julho deste ano, conforme mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa ficou no piso do intervalo das expectativas (12,8% e 13,3%) e abaixo do resultado do trimestre anterior (13%).

Pouco antes do fechamento deste texto, o DI para janeiro de 2019 marcava 7,76%, mesma taxa do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2020 exibia 8,61%, de 8,60% do ajuste anterior, enquanto o vencimento para janeiro de 2021 estava em 9,28%, de 9,27% na véspera.

A cautela em relação ao fiscal ocorre após a derrota sofrida pelo governo nesta madrugada, pois não conseguiu concluir a aprovação das novas metas fiscais, de déficit R$ 159 bilhões neste e no próximo ano, no Congresso Nacional. Assim, a equipe econômica terá de enviar nesta quinta um projeto de Lei Orçamentária de 2018 fictício, ainda considerando um déficit de R$ 129 bilhões, objetivo inalcançável diante da grande frustração de receitas.

Mas o governo ainda tem a possibilidade de obter a ampliação do rombo fiscal em 2018 até 30 de setembro. O prazo extra deve-se ao cronograma de apresentação do relatório preliminar sobre o Orçamento, que é de 30 dias após a entrega da proposta pelo Executivo.