Os juros futuros recuam na manhã desta quarta-feira, 30, em sintonia com o dólar fraco ante o real e no exterior. Os agentes de renda fixa precificam também a perda de força da greve de caminhoneiros no País, após dez dias de paralisações e a aprovação da reoneração da folha de pagamentos de empresas no Senado, além do cenário externo calmo. Lá fora, o dólar cede em meio à alta do petróleo e dos Futuros de Nova York e o juro da T-Note 10 anos segue abaixo dos 3%, no patamar de 2,84% há pouco.

Internamente, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 0,4% ante o 4º trimestre 2017, e somou R$ 1,641 trilhão, revelou pela manhã o IBGE. Contudo, o dado não faz preço e é considerado retrovisor. O resultado do PIB veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma estabilidade (0,00%) até uma expansão de 0,53%, e superou a mediana de 0,30%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2017, o PIB avançou 1,2% no primeiro trimestre deste ano. O resultado ficou dentro das estimavas dos analistas, que previam um avanço de 0,70% a 1,80%, e levemente abaixo da mediana positiva de 1,30%.

Lá fora, o ambiente de negócios está mais calmo e as ações de bancos italianos apagam parte das perdas recentes nesta manhã, ajudando a impulsionar o índice FTSE-Mib em Milão, em meio a sinais de que a Itália poderá formar um novo governo com a participação dos partidos populistas Movimento 5 Estrelas e Liga.

Às 9h37 desta quarta, o DI para janeiro de 2019 estava em 6,745%, de 6,778% no ajuste de terça-feira (29). O DI para janeiro de 2020 exibia 7,74%, de 7,77% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 estava em 8,88%, de 8,95% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2023 marcava 10,52%, de 10,61% no ajuste anterior.

No câmbio, o dólar à vista caía 0,49% neste mesmo horário, aos R$ 3,7119. O dólar futuro para julho, contrato mais negociado a partir desta quarta, recuava 0,37%, aos R$ 3,7240, enquanto o dólar para junho, que será liquidado na sexta-feira (1º de junho) com base na taxa Ptax de hoje, caía 0,38%, aos R$ 3,7125.

Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas informou que o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) subiu 1,8 ponto em maio ante abril, para 115,0 pontos. Com o resultado, o Indicador acumula 12,5 pontos de alta no trimestre março-maio, mantendo-se na região de incerteza elevada (acima de 110 pontos).

Não são poucas as justificativas para esse número: aumento do preço do petróleo, aumento do protecionismo da era Trump e consequentes tensões comerciais entre EUA e China, expectativa de aumento da inflação e juros americanos, proximidade das eleições presidenciais brasileiras, crise fiscal, e a dificuldade de ação do atual governo, revelada pela greve dos caminhoneiros.