Taxas futuras de juros avançam em toda a curva com treasuries, Pnad e IOF

As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta na manhã desta quinta-feira, 29, reagindo a um conjunto de fatores. Entre eles está o avanço dos retornos dos Treasuries, títulos do Tesouro americano, em um ambiente de aumento do apetite por risco nos Estados Unidos provocado pela decisão judicial que suspendeu a aplicação das tarifas de importação dos EUA.

Outro fator de pressão nos prêmios de risco vem da taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, que ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril, abaixo do piso das estimativas do mercado colhidas pelo Projeções Broadcast (intervalo de 6,7% a 7,1%). A taxa reforça a percepção de que a economia brasileira segue aquecida, o que acende um alerta para pressões inflacionárias.

E no cenário de fundo permanece o desconforto com o impasse em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Depois de reuniões com parlamentares e representantes do setor bancário, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que não há no momento alternativa à majoração do imposto, considerada fundamental para o equilíbrio fiscal.

Para Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, o principal evento do dia é o bloqueio das tarifas nos EUA, que em princípio altera perspectivas para o comércio exterior, com potencial influência nos preços das commodities e maior chance de pressões inflacionárias. Ele também menciona o risco de instabilidade causada pelo presidente americano, Donald Trump, que provavelmente irá recorrer da decisão do tribunal.

Às 10h32, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2026 tinha taxa de 14,750%, ante 14,726% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2027 projetava 14,005%, de 13,927% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2029 era de 13,575%, contra 13,469% de ontem. E a taxa do vencimento de janeiro de 2031 estava em 13,77%, de 13,67% ontem.