As taxas no mercado de juros futuros abriram e seguem em alta nesse início de sessão de segunda-feira, 9, reproduzindo comportamento do dólar ante o real, com o investidor atento ao noticiário político e aos desdobramentos da Operação Zelotes. Há incerteza quanto às mudanças a serem apresentadas por um futuro governo Michel Temer assim que a presidente Dilma Rousseff seja afastada do cargo.

O afastamento irá ocorrer caso o plenário do Senado Federal aceite apreciar o pedido de impeachment da petista eleita para a Presidência da República em 2014. Sobre o processo, ainda é aguardada decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre mandado de segurança pedindo que a votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados seja anulada.

Também toma atenção de analistas e investidores a nova fase da Operação Zelotes, que investiga esquema de compra de votos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de multas de grandes contribuintes. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi conduzido coercitivamente logo cedo para prestar depoimento.

Na avaliação de um operador do mercado de renda fixa, a edição do Relatório de Mercado Focus foi considerada neutra em termos de influência sobre os preços dos ativos. Houve mudanças nas projeções para inflação neste e no próximo ano, assim como nas previsões acerca do desempenho do PIB, mas que não são capazes de conduzir os negócios no mercado de juros futuros.

Depois de oito semanas consecutivas em queda, a mediana das projeções para o IPCA de 2016 teve alta no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Agora, a taxa está em 7,00% ante 6,94% da semana passada, mas ainda abaixo dos 7,14% projetados quatro semanas atrás. O foco do Banco Central para alcançar a meta de inflação de 4,5% não é mais 2016, mas sim 2017. No caso do ano que vem, a mediana caiu de 5,72% para 5,62%. Há quatro semanas estava em 5,95%.

Às 9h55, O DI para janeiro de 2017 estava em 13,705%, ante 13,675%. O DI para janeiro de 2021 marcava 12,680%, ante 12,580%.