26/08/2021 - 18:00
Os juros futuros resistiram à perda de força do apetite ao risco no exterior e também ao viés negativo dos outros ativos locais, enquanto o mercado aguarda uma série de eventos na sexta-feira e para os próximos dias. A estratégia do Tesouro de mais uma vez antecipar a divulgação das portarias dos leilões e reduzir as ofertas de prefixados contribuiu para ancorar a curva, aplacando a espera pela definição de uma solução do governo para os precatórios, pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole e pela decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a bandeira tarifária em setembro, em meio à discussão sobre aumento da tarifa da bandeira vermelha 2.
Nos aspectos mais técnicos, o Tesouro voltou a ofertar lotes pequenos de LTN (450 mil) e de NTN-F (100 mil), evitando adicionar volatilidade à curva e, ainda, manteve a prática dos últimos leilões de informar os volumes antes da abertura do mercado. Fernando Cervi Ferez, estrategista de renda fixa da Necton Investimentos, afirma que, com a sequência de cinco leilões bem pequenos, o Tesouro deixou de adicionar entre R$ 18 milhões e R$ 19 milhões de DV01 (risco).
A agenda desta quinta teve ainda os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com criação líquida de 316.580 vagas no mês passado, acima da mediana de 300 mil da pesquisa do Produto Interno Bruto (PIB), mas que não chegou a influenciar os negócios. Tampouco houve reação ao julgamento da autonomia do Banco Central pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como esperado, formou-se maioria para manter a lei sancionada em fevereiro.
No fechamento, os juros estavam perto da estabilidade, com um leve viés de alta. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 8,47%, de 8,46% no ajuste anterior, e a do DI janeiro de 2025 fechou em 9,42%, de 9,415%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,80%, ante ajuste anterior de 9,794%.