Taxas de juros fecham em alta, com longas nas máximas, influenciadas por exterior

Os juros futuros fecharam a sessão regular desta segunda-feira, 25, em alta, um pouco mais firme nos contratos de médio e longo prazos. As taxas iniciaram o movimento ainda pela manhã, pressionadas principalmente pela redução do apetite ao risco no exterior em função do aumento da tensão envolvendo os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

Profissionais da área de renda fixa relataram, ainda, algum desconforto com o quadro político local, em especial com possíveis efeitos da insatisfação demonstrada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em relação ao PMDB, sobre o andamento das reformas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 7,31%, de 7,27% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2020 subiu de 8,06% para 8,14%. As taxas longas encerraram o dia nas máximas. A do DI para janeiro de 2021 terminou na máxima de 8,84%, de 8,73%. A taxa do DI para janeiro de 2023 avançou de 9,39% para 9,52% (máxima).

Nesta segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, disse a repórteres em Nova York que o comentário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas redes sociais de que o líder norte-coreano Kim Jong Un “não ficará por aí por muito tempo” foi uma declaração de guerra contra seu país.

Segundo ele, a “declaração de guerra” dá à Coreia do Norte “todo o direito”, com base na Carta das Nações Unidas, a tomar contramedidas “incluindo o direito de derrubar aviões bombardeiros dos Estados Unidos, mesmo que ainda não estejam dentro do espaço aéreo do nosso país”.

Porém, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, negou veementemente que os Estados Unidos tenham declarado guerra e atacou a beligerância da retórica de Pyongyang. “Essa sugestão de que os EUA declararam uma guerra é um absurdo”, respondeu Sarah Sanders, em coletiva de imprensa na Casa Branca.

Os ataques e contra-ataques verbais resultaram em fortalecimento do dólar ante moedas consideradas mais arriscadas, como o real, e pressão de baixa nas Bolsas e nos rendimentos dos Treasuries.

No Brasil, os investidores reduziram sua exposição ao risco prefixado e as taxas futuras, que haviam caído bastante na semana passada, avançaram. A taxa da T-Note de dez anos recuava a 2,217%, do patamar de 2,25% na sexta-feira, perto das 16h30.

Nos vencimentos curtos, os recuos nas medianas de inflação trazidos pela pesquisa Focus ajudaram a limitar o avanço das taxas. A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 foi de 3,08% para 2,97% e a projeção para o índice de 2018 foi de 4,12% para 4,08%. As medianas das previsões para a Selic este ano e 2018 permaneceram em permaneceu em 7,00% ao ano.