Os juros futuros fecharam a quarta-feira, 7, em baixa, que começou ainda pela manhã com o IGP-DI e as vendas do varejo abaixo da mediana das estimativas e ganhou força à tarde, depois da divulgação da ata do Federal Reserve que não endossou os receios do mercado de que repetisse o tom “hawkish” do comunicado da reunião a respeito da reversão das políticas de relaxamento monetário nos Estados Unidos. Assim, mantiveram-se o dia todo em baixa, mesmo quando o dólar passou a subir, embora a piora do câmbio tenha reduzido o ritmo de alívio na curva antes da ata. Por fim, a falta de novidades para alimentar a crise política nesta quarta-feira também foi considerada um fator positivo para os mercados.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular com taxa de 5,76%, de 5,793% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 7,283% para 7,22%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 8,24% (8,355% ontem) e a do DI para janeiro de 2027 fechou na mínima de 8,67%, de 8,773%.

O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, acredita que o mercado tenha se preparado para uma ata mais conservadora. “Achavam que poderia vir algo mais enfático sobre o tapering (reversão do processo da compra de ativos)”, disse. Na ata, vários dirigentes enfatizaram que o Fed deve ser paciente ao avaliar o progresso em direção a seus objetivos e ao anunciar mudanças em seus planos de compra de ativos. “Daí o dólar voltou e o DI aliviou”, complementou.

Após tocar máximas na casa dos R$ 5,28, o dólar perdeu um pouco de força à tarde com a ata, mas continuou valorizado de maneira geral em relação a moedas emergentes. O impacto na curva foi amenizado na medida em que as commodities agrícolas e o petróleo estiveram hoje bem comportados e sem noticiário negativo na parte política.

A agenda doméstica pela manhã já tirava pressão das taxas, ao trazer sinais alentadores para o quadro inflacionário. A começar pelo IGP-DI de junho, que ficou em 0,11%, ante mediana das estimativas de 0,22%, e com deflação de 0,26% do IPA, em boa medida assegurada pela queda de 2,10% dos preços agrícolas no atacado. Na sequência, vieram as vendas do varejo de maio abaixo das medianas projetadas, mas com abertura positiva em termos qualitativos. Ante abril, no conceito restrito, as vendas cresceram 1,4%, ante mediana de 2,5%. O varejo ampliado teve expansão de 3,8%, abaixo da mediana de 4,60%.

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