SÃO PAULO, 29 AGO (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (29) que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a taxação de fundos exclusivos e offshore são um primeiro passo para “consertar o Brasil”.
“Durante a campanha eu dizia que a solução do Brasil vai ser encontrada quando a gente colocar o rico no Imposto de Renda e o pobre no Orçamento. É isso que nós começamos a fazer ontem”, disse o presidente em sua live semanal nas redes sociais.
Lula se referia à sanção da medida provisória que estabelece uma política de aumento do salário mínimo acima da inflação e eleva o teto de isenção do imposto de renda de R$ 1.903 para R$ 2.640.
No mesmo dia, o governo assinou uma MP que estabelece uma tributação de 15% a 20% duas vezes por ano sobre os rendimentos de fundos exclusivos, ativos voltados aos chamados “super-ricos” e que exigem aportes mínimos de R$ 10 milhões. Ao mesmo tempo, o Executivo enviou ao Congresso um projeto para taxar lucros de fundos offshore em até 22,5% por ano.
“Vai ter um ou outro que vai gritar, mas é assim que a gente vai consertar o Brasil”, prometeu o presidente, acrescentando que o “pobre paga mais que o dono do banco” em Imposto de Renda proporcionalmente.
“Essas pessoas ganham muito dinheiro e não pagam nada. O estado de bem-estar social que existe na Europa é feito porque há uma contribuição mais justa”, disse.
Segundo Lula, seu objetivo é criar uma “sociedade de padrão de classe média”. “Quem tem mais, paga mais, quem tem menos, paga menos. Esse é o mundo que precisamos construir no Brasil, essa é a minha obsessão”, ressaltou o mandatário, acrescentando que é preciso cobrar mais imposto de quem “ganha mais” para “fazer justiça com os que ganham menos”.
“Aqui no Brasil conseguiram construir a narrativa de que ser pobre e passar fome é normal, mas isso é coisa de um sistema que não funciona corretamente”, afirmou. (ANSA).