A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,9% no 1º trimestre de 2024, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo IBGE.

O desemprego subiu 0,5 ponto percentual frente ao 4º trimestre de 2023 (7,4%) e caiu 0,9 ponto percentual em relação ao 1º trimestre do ano passado (8,8%). No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa ficou em 7,8%.

O resultado veio melhor que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 8,1% no período.

Apesar da alta na comparação trimestral, a taxa de 7,9% foi a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014, quando chegou a 7,2%.

O número de desempregados somou 8,6 milhões, um crescimento de 6,7% (mais 542 mil pessoas) no trimestre. Na comparação anual, no entanto, recuou 8,6% (menos 808 mil pessoas).

População ocupada encolhe 0,8%

A população ocupada chegou a 100,2 milhões no 1º trimestre, o que representou uma queda de 0,8% em 3 meses (menos 782 mil pessoas). Na comparação com 1 ano antes, porém, aumentou 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas).

“A alta da desocupação na comparação trimestral foi puxada pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho, a chamada população desocupada, que cresceu 6,7% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, um aumento de 542 mil pessoas em busca de trabalho. Apesar da alta, a população desocupada permanece 8,6% abaixo do contingente registrado no mesmo trimestre móvel de 2023”, destacou o IBGE.

 Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “o movimento sazonal desse trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”.

Rendimento médio permanece em alta

O rendimento médio das pessoas ocupadas chegou a R$ 3.123, com alta de 1,5% no trimestre e de 4,0% na comparação anual.

A massa de rendimentos somou R$ 308,3 bilhões e atingiu novo recorde da série histórica iniciada em 2012, mas não teve variação estatisticamente significativa na comparação trimestral, subindo 6,6% (mais R$ 19,2 bilhões) na comparação anual.

O número de empregados com carteira de trabalho chegou a 37,9 milhões, mantendo-se estável no trimestre no trimestre e crescendo 3,5% (mais 1,3 milhão) no ano. Já o número de empregados sem carteira (13,4 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 4,5% (mais 581 mil pessoas) no ano.

O mercado de trabalho brasileiro vem refletindo um desempenho forte da atividade econômica, o que dá suporte ao consumo das famílias, destacadamente no setor de serviços. Isso, no entanto, acende um sinal de alerta para a inflação de serviços, ponto que o Banco Central já vem ressaltando há algum tempo.