ROMA, 20 NOV (ANSA) – O agora ex-presidente da Federação Italiana de Futebol (Figc, na sigla em italiano) Carlo Tavecchio deu uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (20) e confirmou seu pedido de demissão ao Conselho Federal.   

No entanto, durante a conversa com os jornalistas, ele mostrou toda sua mágoa com antigos aliados dentro da entidade e afirmou que é o único a pagar por um erro esportivo.   

“Eu entreguei minha demissão e, por mero ato político, pedi que o Conselho Federal fizesse o mesmo, mas ninguém saiu. Chegamos a um ponto limite de especulações”, disse aos repórteres Em outro ponto da entrevista, o ex-mandatário foi questionado sobre uma entrevista do presidente do Comitê Olímpico Nacional da Itália (Coni), Giovanni Malagò, que revelou que Tavecchio não tinha escolhido o nome de Giampiero Ventura para treinar a seleção italiana. Ventura acabou não conseguindo levar a Itália para a Copa do Mundo de 2018 pela primeira vez em 60 anos.   

“Ontem à noite, Malagò afirmou que o treinador foi escolhido por [Marcello] Lippi depois de uma análise de quatro nomes. Eu nunca falei isso porque não levo à público o que ocorre nas reuniões privadas. Agora, vocês sabem que Ventura não foi escolhido por Tavecchio. Mas, Tavecchio paga por Ventura”, ironizou.   

“Eu estou desesperado porque não conseguimos a classificação para o Mundial. E isso virou uma tragédia? E se aquela bola [de Darmian, na trave] tivesse entrado, Tavecchio era um herói?”, questionou ainda.   

Agora, o Conselho Federal anunciou que não será feito um comissariamento da entidade e que novas eleições para a presidência serão realizadas em até 90 dias. Enquanto isso, Tavecchio ficará “prestando serviços ordinários” e o Conselho também será mantido.   

A crise que culminou com a saída do líder do futebol italiano foi agravada com a falta de qualificação da Itália para o Mundial, mas seguia o agora ex-mandatário desde a sua eleição, em 2014. Havia um “racha” dentro do Conselho, com um grupo pedindo por renovação e o outro lado apoiando o mandatário.   

(ANSA)