O ex-deputado federal Wladimir Costa foi preso na manhã desta quinta-feira, 18, pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Belém, no Pará, sob suspeita de cometer crimes eleitorais e ofender a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA) por meio das redes sociais.

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Segundo a PF, a prisão preventiva do ex-deputado federal ocorreu no momento em que ele desembarcou de um voo, no próprio terminal do aeroporto, em razão da prática reiterada de crimes eleitorais de violência política, entre outros.

Quem é o ex-deputado?

Em 2016, Wladimir Costa se destacou durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, quando estourou um rojão de confetes durante o seu discurso alegando que o governo do PT dava “um tiro de morte” no coração da população brasileira.

Depois, no ano de 2017, ele voltou aos holofotes por fazer uma tatuagem falsa em homenagem ao então presidente, Michel Temer, em um dos ombros. Acima do nome, aparecia uma bandeira do Brasil.

Em dezembro de 2017, Wladimir foi condenado por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral do Pará por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. A decisão da Corte determinou a cassação do mandato como deputado federal, além de torná-lo inelegível por oito anos.

Porém, em 2018, ele tentou se candidatar ao Senado pelo partido Solidariedade, ato que foi indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará.

O ex-deputado federal também chegou a ser denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por peculato devido a supostos desvios de salários de funcionários de seu gabinete na Câmara. O órgão afirmou que, em 2005, três servidores de Wladimir repassaram parte dos salários que recebiam.

O processo foi encerrado em 2018 após o STF (Supremo Tribunal Federal) absolver o ex-parlamentar por unanimidade, pois, para os ministros não havia provas da prática do crime.

Assédio

Além disso, Wladimir foi acusado de assediar uma repórter que o questionou se a tatuagem em homenagem a Temer era definitiva. Na ocasião, ele respondeu que só mostrava se fosse “o corpo inteiro”. O caso foi levado ao Conselho de Ética da Câmara por falta de decoro, mas acabou arquivado.

Em outra ocasião, durante as articulações para barrar as investigações sobre denúncia de corrupção passiva contra Wladimir, ele foi flagrado dentro do plenário trocando mensagens com uma mulher nas quais pediu para que ela mostrasse “a bunda”, com a justificativa de que “não são suas profissões que a destacam como mulher”.

Ofensas

O ex-deputado federal foi condenado, em janeiro de 2023, por divulgar ofensas nas redes sociais contra os atores Wagner Moura e Glória Pires. A decisão permitiu que Wladimir cumprisse a pena de nove meses em regime aberto.

As ofensas ocorreram em 2017, quando Wladimir, então era filiado ao Solidariedade, mencionou os artistas ao fazer referência ao movimento “342 Agora”, que tinha como intuito pedir aos parlamentares que fossem a favor de aceitar a denúncia de corrupção feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer.

Na ocasião, ele disse que os artistas eram “vagabundos” por usarem os fundos da lei Rouanet. Ele ainda chamou o ator Wagner Moura de “ladrão” e trocou o nome de Letícia Sabatella por “Letícia Mortadela”.