Nascido em Formiga, no interior de Minas Gerais, o tatuador Ganso Galvão tinha apenas 19 anos quando começou a ir para o Rio de Janeiro carregando na mochila apenas sonhos somados a alguns conhecimentos. Aos 23, sua ideia era montar um estúdio e ter a sua arte reconhecida e requisitada na capital carioca.
Mas o tatuador, que marcou a pele de famosos, foi ainda mais longe. Ele ganhou fama nacional e internacional também, levando o seu trabalho para cerca de 18 países diferentes. Dentre as celebridades marcadas pelo trabalho do profissional estão o sertanejo Lucas Lucco, Evan Seinfeld (vocalista da banda americana vocalista da banda Biohazard), PK Delas, Nego do Borel, TZ da Coronel, os jogadores Renato Augusto, Luan e Ricardo Graça.
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Portugal, Alemanha, China, Estados Unidos, Austrália, Suécia, Dinamarca, Holanda, França, Bélgica, Itália, Polônia, Nova Zelândia, Áustria, Suíça, Espanha, Colômbia e Taiwan, são algumas das pátrias que chegaram a conhecer os traços do artista, que tem como estilo principal o realismo preto e cinza.
“Quando pensei em ir para o Rio, tinha alguns amigos que vendiam cachaça mineira, queijos e outros artigos de laticínios. Não era o meu forte, mas acabei fazendo esse tipo de venda também, para conseguir me manter. E consegui me estabilizar uns quatro anos depois mais ou menos. Naquele período, continuei sempre estudando e daí comecei a participar de convenções aqui mesmo no Brasil, e competir em BH e Brasília”, relembra ele.
“Conforme fui ganhando prêmios e me tornando mais conhecido no mercado, veio o convite para ir para fora. Primeiro para Portugal, onde fiquei por um ano e meio trabalhando e cheguei a ganhar prêmios também. Depois disso, comecei a viajar para outros lugares da Europa e depois outros continentes também”, relembrou o tatuador, que hoje participa das maiores convenções do mundo, como artista competidor e também como jurado, como a que foi recentemente em Barcelona.
Mas desbravar tantos países assim também trouxe alguns perrengues que ficarão marcados para sempre na memória do tatuador.
“Passei alguns. Quando fui para Londres, por exemplo, não consegui entrar. Eu não tinha muita experiência ainda com viagens e lembro que na época estava tendo problemas em vários aeroportos. Então fui deportado. Foi realmente um perrengue. Depois disso, teve a ida para Portugal, onde fui sozinho, tatuagem lá não era algo muito forte, eu estava iniciando um projeto com uma empresa que se chama Piranha lá… enfim, passei perrengues de não ter local adequado para tatuar, equipamento, entre outras coisas”, lembrou Ganso Galvão.
O triunfo do tatuador vem de encontro também ao momento do mercado global de tatuagens, que vem experimentando um exponencial crescimento nos últimos anos. Tudo isso, impulsionado por uma combinação de fatores culturais, tecnológicos e econômicos.
A estimativa, de acordo com previsões do Future Business Insights, é de que o tamanho deste mercado tenha atingido um valor de USD 2,03 bilhões em 2023 e, deverá crescer para USD 4,83 bilhões até 2032, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 10,20% durante esse período.
A maior aceitação no ambiente de trabalho, somada a popularidade entre millennials e a Geração Z tem sido um dos principais motores desse crescimento.
“Comecei há mais de 20 anos, quando a tatuagem era realmente bastante criminalizada, mas muitas pessoas gostavam. Acho que essa geração atual nos ensina muito sobre esse lance de preconceito. Ao mesmo tempo que agora é algo também mais comum, quase todo mundo tem. Antes era algo mais voltado realmente para quem gostava de tatuagem. E hoje temos muito mais procura por tatuagem, assim como uma oferta bem maior de profissionais na área”, analisa Ganso Galvão.
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