O bolsonarismo entra para a história como o grupo que melhor soube usar as táticas fascistas. Tanto no conteúdo, quanto na forma. Bolsonaro sempre demonstrou imensa capacidade de mentir, enganar, tentar infantilizar a discussão, além de distorcer fatos. Sua carreira como parlamentar e, agora, como presidente, é repleta de casos. Desde a fake news da distribuição do kit gay em escolas públicas, até as declarações feitas na semana passada, com a tentativa de distorcer a atividade profissional de Dom Phillips e Bruno Pereira, ambos assassinados barbaramente, na região do Vale do Javari, na Amazônia. Em suas falas públicas, o presidente grita, usa palavras de baixo calão, faz troça de situações graves, inventa fábulas grosseiras com fatos da realidade. E, dessa forma, pensa e consegue deturpar o debate ao seu favor, pelo menos naquele contingente que ainda o segue. Em outras palavras, os gestos e o discurso bolsonarista não fazem sentido, são elucubrações mentirosas somente são compreensíveis para eles.
A cartilha fascista foi plenamente assimilada em outros países latino-americanos. O caso mais emblemático e semelhante ao do bolsonarismo na região é o uribismo, na Colômbia. A nação, é uma das mais violentas da região e, em virtude dessa violência, a Colômbia é o principal país latino quando o assunto é êxodo de sua população. Somente no mês de maio, mais de dezenove mil refugiados foram em direção aos EUA. A direita colombiana é aquela que lida de forma feroz com ambientalistas, defensores dos Direitos Humanos e movimentos sociais. Neste domingo, nossos vizinhos terão eleições para a Presidência da República e há muitas coisas em jogo no pleito. É a primeira vez que a Colômbia tem a chance de fato de ter um governo diferente, que promete revolucionar o país no que diz respeito à melhoria de vida da maioria da população, isso se Gustavo Petro for eleito. Do outro lado está Rodolfo Hernández, um bufão, representante da ultradireita, conhecido como o Trump colombiano (a alcunha vexatória também lembra o Brasil), usa palavras chulas em suas declarações, já deu entrevista vestindo pijamas e teve a audácia de dizer “Sou seguidor de um grande pensador alemão. O nome dele é Adolf Hitler”. As eleições colombianas têm tudo para servir de termômetro para o que vem por aí em outubro, no Brasil. Os eleitores democratas devem enxotar a extrema para o limbo político esse ano. Se isso não ocorrer, o preço a ser pago é altíssimo. O descalabro econômico e social, a destruição da Amazônia e outros biomas, como o Pantanal, além de suas populações.