O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) sugeriu que a direção nacional do PT procure líderes do PSB “imediatamente” para que, diante da desistência de Joaquim Barbosa, o partido seja incorporado a uma possível frente eleitoral de esquerda ainda no primeiro turno da eleição presidencial.

“O PT, por meio de sua direção, deveria procurar imediatamente a direção do PSB para reiniciar negociações visando uma nova frente político-eleitoral para as eleições de 2018”, disse Tarso.

Indagado se a união seria em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem dinheiro, e cuja pré-candidatura tem sido reiterada quase diariamente pela direção petista, o ex-ministro respondeu: “Em torno de quem a frente decidir”.

Para o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, um dos vice-presidentes do PT, as desistências de Barbosa e do apresentador Luciano Huck mostram que as tentativas de encontrar um candidato “outsider” fracassaram. “Não há saída para a crise política e econômica brasileira se não pela política e por ter paciência e vontade pelo diálogo democrático”, afirmou.

Padilha também defendeu que o PSB seja integrado numa possível frente de centro-esquerda. “O PSB tem que estar e ser protagonista em uma frente de centro esquerda, independente de ter ou não o Joaquim ou qualquer outra pré-candidatura apresentada”, disse ele.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi procurada, mas não quis se manifestar. Segundo o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, sem a candidatura de Barbosa, os interesses dos candidatos a governador do PSB devem se sobrepor à eleição presidencial.

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“Embora fosse desejável, acho muito pouco provável o PSB conseguir sobrepor a agenda nacional aos interesses regionais”, disse Medeiros. Segundo ele, sem o ex-ministro do STF na disputa, aumentam as chances de uma polarização entre esquerda e direita no dia 7 de outubro.

“Havia a expectativa de surgimento de um centro fortalecido. A saída de Barbosa confirma que essa tese é questionável e fortalece a tendência de polarização entre esquerda e direita”, afirmou.


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