Uma nova ameaça de Donald Trump de aplicar tarifas de 100% aos semicondutores abalou nesta quinta-feira (7) as ações das empresas asiáticas de chips, embora gigantes como a TSMC e Samsung tenham sido impulsionadas depois que o presidente prometeu isentar os grupos que investem nos Estados Unidos.
O magnata republicano fez a advertência na quarta-feira na Casa Branca, antes da imposição de tarifas generalizadas a produtos de dezenas de países, dos quais até agora os semicondutores estavam isentos.
A medida acontece em meio a uma corrida mundial, principalmente entre Estados Unidos e China, para desenvolver os dispositivos tecnológicos de alto padrão indispensáveis para a inteligência artificial.
“Vamos impor uma tarifa de aproximadamente de 100% aos chips e semicondutores, mas se forem fabricados nos Estados Unidos… não haverá nenhuma punição”, afirmou Trump, sem anunciar um prazo de entrada em vigor.
Na Bolsa de Valores japonesa, a Tokyo Electron, um dos principais fornecedores de equipamentos para a fabricação de chips, caiu 3,2% após a notícia ser veiculada, enquanto a fabricante Renesas cedeu 3,4%;
O fabricante de ferramentas de precisão Disco Corporation perdeu 1,3% e a Sumco, que montas placas de silício, recuou 1,2%.
No entanto, a TSMC, que tem cotação na Bolsa de Taipé e é o maior fabricante de chips por contrato do mundo com clientes como Nvidia e Apple, disparou quase 5% depois que Taiwan anunciou que não seria afetada pelas novas tarifas.
Trump já havia acusado anteriormente Taiwan de ter roubado a indústria de chips dos Estados Unidos e, no início deste ano, a TSMC divulgou um plano para investir 100 bilhões de dólares (547 bilhões de reais) adicionais nesse país.
A ação da Samsung Electronics, que está investindo bilhões de dólares no território americano, subiu 2% em Seul.
O ministro do Comércio da Malásia, Zafrul Abdul Aziz, declarou nesta quinta-feira ao Parlamento que o país, um importante centro de fabricação de chips, estava buscando uma explicação por parte dos Estados Unidos.
“Continuaremos lutando pela Malásia para garantir que qualquer mudança de política ou critério de isenção seja comunicado e negociado com antecedência”, afirmou.
Arisa Liu, pesquisadora de semicondutores do Instituto de Pesquisa Econômica de Taiwan, advertiu que o anúncio “afetará a direção estratégica futura das empresas globais de semicondutores”.
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