Tarifaço de Trump não tem racionalidade econômica, diz Haddad

(ANSA) – BRASÍLIA, 10 LUG – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (10) que o aumento das tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma medida carente de “racionalidade econômica”.   

“A decisão é eminentemente política, porque ela não parte de nenhuma racionalidade econômica. Nós somos, nos últimos 15 anos, deficitários em mais de US$ 400 bilhões com os Estados Unidos”, afirmou o ministro em coletiva de imprensa.   

Na quarta-feira (9), o mandatário republicano, por meio de uma carta divulgada em sua plataforma Truth, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, usando como argumentos um déficit comercial inexistente com o Brasil e o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por golpe de Estado.   

Na visão de Haddad, a decisão de Trump está ligada a uma estratégia do ex-mandatário e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo e que está morando nos Estados Unidos.   

“Até a extrema direita vai ter que reconhecer que deu um enorme tiro no pé, porque está prejudicando o principal estado do país [São Paulo]”, opinou o chefe da Fazenda.   

Haddad e outros ministros passaram a analisar possíveis alternativas para o destino das exportações brasileiras, caso o anúncio de Trump se concretize. A ordem foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que declarou que o Brasil deve aplicar a Lei de Reciprocidade.   

Apesar da tensão, o ministro disse confiar que a diplomacia brasileira conseguirá resolver a crise. “Foi um dia ruim, que vamos superar por meio da nossa diplomacia. Temos uma relação histórica entre os povos brasileiro e americano, e isso não pode ser comprometido por um gesto unilateral e egoísta”, finalizou.   

(ANSA).