(ANSA) – BRASÍLIA, 06 AGO – A tarifa de 50% contra as exportações brasileiras, a maior já imposta pelos Estados Unidos, entrou em vigor nesta quarta-feira (6), como parte da crescente pressão do governo de Donald Trump para frear o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
A medida atinge cerca de 36% das exportações brasileiras para o mercado americano, que, em 2024, alcançaram aproximadamente US$ 40 bilhões. Os principais produtos afetados são do agronegócio, aço, têxteis e calçados, porém cerca de 700 itens estão isentos da nova alíquota, como aviões e suco de laranja.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve analisar ainda nesta quarta-feira o pacote de medidas de contingência elaborado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
No entanto Lula descartou ontem (5) a possibilidade de ligar para Trump com o objetivo de mitigar os efeitos do tarifaço.
“Eu não vou ligar para o Trump porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática”, afirmou o mandatário em um evento no Itamaraty. O petista também avalia fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão sobre o aumento das tarifas.
Já Tebet assegurou que os bancos estatais, como Banco do Brasil e Bndes, estarão “engajados na implementação” de medidas como linhas de crédito subsidiadas e alongamento no prazo das dívidas dos setores mais afetados pela elevação das tarifas americanas. (ANSA).