06/08/2019 - 21:04
Pode haver vida na Lua, no fim das contas: seres virtualmente indestrutíveis que suportam radiação extrema, calor crepitante, as temperaturas mais frias do universo e décadas sem comida.
Essas criaturas não são alienígenas, mas sim terráqueos microscópicos conhecidos como tardígrados, que provavelmente sobreviveram à queda durante uma tentativa de pouso na superfície lunar da sonda israelense Beresheet em abril, informou a organização responsável pela viagem nesta terça-feira.
Com base em uma análise da trajetória da espaçonave e da composição do dispositivo em que os animais microscópicos haviam sido armazenados, “acreditamos que as chances de sobrevivência para os tardígrados (…) são extremamente altas”, disse à AFP Nova Spivack, fundador da Arch Mission Foundation.
A organização sem fins lucrativos dedica-se a espalhar cópias do conhecimento humano e da biologia da Terra em todo o Sistema Solar, uma missão que equipara à criação de uma “Enciclopédia Galática” como um presente para o futuro.
“Os tardígrados são ideais para incluir porque são microscópicos, multicelulares e uma das formas mais duráveis de vida no planeta Terra”, disse Spivack.
Ele acrescentou que as criaturas diminutas, que têm menos de um milímetro, foram desidratadas, colocadas em animação suspensa e depois encapsuladas, e deveriam reviver no futuro.
Os tardígrados foram armazenados dentro de uma “Biblioteca Lunar”, um dispositivo de nanotecnologia que se assemelha a um DVD e contém um arquivo de 30 milhões de páginas da história humana visível sob microscópios, assim como DNA humano.
Os tardígrados podem viver na água ou em terra, e são capazes de sobreviver a temperaturas de até 150 graus Celsius e até -272 graus Celsius, embora por alguns minutos.