Tarcísio, Zema: como governadores da direita reagiram a operação contra Bolsonaro

Divulgação/Instagram Tarcísio Gomes de Freitas
Foto: Divulgação/Instagram Tarcísio Gomes de Freitas

Governadores aliados de Jair Bolsonaro (PL) reagiram à operação da Polícia Federal desta sexta-feira, 18, que cumpriu mandados de busca e apreensão e aplicação de medidas restritivas contra o ex-presidente.

As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de acesso às redes sociais e comunicação com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus e investigados pelo Supremo, incluindo o próprio filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

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Por meio das redes socias, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) prestou apoio a Bolsonaro e ressaltou a força do ex-chefe, dizendo que “coragem é um atributo que nunca lhe faltou”.

Romeu Zema (Novo), que governa Minas Gerais, utilizou um tom mais severo, categorizando a operação como “absurda” e acusando a Justiça brasileira de ser “politizada”.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), também foi à plataforma X para criticar a ação da PF. Ele chamou o caso de “violência” e enfatizou como o ex-líder é um “homem honesto”.

No campo da direita, mas alheio ao bolsonarismo, Eduardo Leite (PSD), governador do Rio Grande do Sul, utilizou uma abordagem conciliadora e veiculou um vídeo em que critica a guerra entre governo e oposição frente às tarifas anunciadas por Donald Trump.

“Um campo político, de alguma forma, interferiu para que essas tarifas acontecessem e, do outro lado, outro campo político aqui no país quer aproveitar esse momento eleitoralmente”, afirmou.

Governadores na sombra do ex-presidente

Todos esses governadores ocupam o campo de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, diante da inelegibilidade de Bolsonaro, que vale até 2030, são cotados a herdar seu espólio nas urnas em 2026. Com o cerco judicial apertando o ex-presidente, as chances de reversão de sua situação eleitoral diminuem.

Ainda nesta raia, Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, não se manifestou sobre o caso até a publicação desta reportagem.

Entenda a operação

Bolsonaro foi alvo nesta sexta-feira, 18, de uma operação da Polícia Federal, que executou mandados de busca e apreensão e aplicação de medidas restritivas, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de acesso às redes sociais e comunicação com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus e investigados pelo STF.

O ministro Alexandre de Moraes entendeu que Bolsonaro e o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, atentaram contra a soberania do País quando instigaram “o governo estrangeiro a prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América”.

Desde março de 2025, Eduardo está licenciado de seu cargo como deputado para permanecer nos EUA e tentar convencer o governo norte-americano a promover retaliações contra autoridades brasileiras. Uma das principais figuras do bolsonarismo, Eduardo entende que o pai sofre uma suposta perseguição política no País, já que é investigado no STF por participar da tentativa de golpe pós-eleições de 2022.

As investidas mostraram resultado no dia 9 de julho, quando o presidente americano Donald Trump anunciou taxas de 50% contra produtos brasileiros. Além disso, ele chegou a dizer que Bolsonaro passava por uma “caça às bruxas”. A decisão repercutiu negativamente e foi entendida como um ataque à autoridade do Brasil como jurisdição independente e soberana.