O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), fez novos elogios ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), que é pré-candidato à reeleição. O aceno ocorre no momento em que aliados de Jair Bolsonaro (PL) voltaram a cogitar lançar um candidato bolsonarista no lugar de apoiar o atual prefeito. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) chegou a lançar sua pré-candidatura, desistiu após pressão do PL e agora se articula novamente para disputar a prefeitura da capital.

Tarcísio e Nunes participaram do lançamento da campanha estadual de multivacinação na manhã deste sábado, 30, em uma escola no bairro Jardim Peri, na zona oeste de São Paulo. O foco da iniciativa é ampliar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes de até 15 anos.

Em seu discurso, o governador disse que ele e o prefeito se “acertam por música” e que é fundamental o alinhamento entre o governo estadual e a prefeitura da capital para conseguir resultados. “É muito fácil trabalhar com o Ricardo. Ele foi um presente que eu recebi, um presente mesmo, e tem sido uma satisfação trabalhar com você [Nunes]”, disse Tarcísio.

A relação do prefeito de São Paulo com Bolsonaro tem sido marcada por idas e vindas. No início do mês, Nunes declarou durante uma palestra que não tem proximidade com o ex-presidente nem com o atual, Lula (PT). Poucas semanas depois, visitou Bolsonaro no hospital após ele passar por duas cirurgias.

“Temos alguns outros problemas por aí, vão pintar alguns problemas em São Paulo, a gente vai resolver isso tudo”, disse Bolsonaro no último domingo ao comentar as eleições municipais de 2024. Enquanto isso, o prefeito da capital já deu diversas declarações de que espera contar com o apoio do PL.

Imunizantes serão oferecidos nas escolas

Durante o evento, Tarcísio anunciou que a vacinação poderá ocorrer em escolas e outros locais em que há grande circulação de pessoas, como estações de metrô. Porém, caberá aos municípios, que são os responsáveis por aplicar as vacinas, definir as estratégias.

O governador vetou na semana passada projeto de lei que propunha justamente ampliar a prevenção, vacinação, conscientização e testagem do HPV (vírus do papiloma humano) por meio das escolas estaduais. Após a repercussão negativa, o número 2 da Secretaria de Estado de Saúde deixou o cargo.

Na justificativa ao veto, Tarcísio argumentou que a proposta não estava em conformidade com as diretrizes do Sistema Único de Saúde. Técnicos do governo do Estado afirmaram também que seria necessária uma parceria com as prefeituras para levar a proposta adiante.

“Foi falado aqui do HPV, eficaz contra o câncer do colo do útero. Quantas mulheres a gente ainda perde para isso. Não faz sentido. Nós temos que vacinar nossos jovens e estamos estudando como ir além. Estamos vendo como vamos aumentar essa cobertura e até, de repente, lá na frente, pensar em ampliar a idade de vacinação para que a gente tenha uma população cada vez mais coberta”, declarou o governador. Atualmente, o público-alvo da vacina contra o HPV são jovens de 9 a 14 anos de idade e pessoas com HIV de 9 a 45 anos de idade.

Entre este sábado e o dia 31 de outubro, serão checadas as carteiras de vacinação de todas as crianças e adolescentes de até 15 anos de idade. O objetivo será verificar quais imunizações estão atrasadas ou precisam de reforço.

A campanha oferecerá imunizantes de poliomielite, meningocócica C conjugada, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela, pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas pelo hemófilo b), varicela, HPV (entre 9 e 14 anos de idade), BCG (tuberculose) e Covid-19.