A cerimônia de entrega do Trecho 1 do Rodoanel Norte pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta segunda-feira, 22, foi marcada por vaias a um elogio feito ao presidente Lula (PT) e a responsabilização de esquemas de corrupção pelo atraso das obras.
Ao anunciar a entrega, Tarcísio afirmou que o “problema da corrupção” se abateu sobre a obra rodoviária na cidade de Arujá, região metropolitana do estado. “Nós enfrentamos aqui e nós vimos aqui a Operação Lava Jato daqueles governos que se acostumaram a viver na corrupção. Essa obra ficou parada por causa da Lava Jato, por causa da corrupção.”
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Tarcísio detalhou afirmação
O governador não detalhou a associação. A retomada do empreendimento ocorreu em 2023, após o leilão que concedeu a rodovia à empresa Via Appia. Pelo contrato, a concessionária será responsável pela administração do Rodoanel Norte por 31 anos e deverá investir R$ 2 bilhões para a conclusão das obras. O governo estadual aportará outros R$ 1,4 bilhão, resultando em um investimento total de R$ 3,4 bilhões no projeto.
O segundo trecho deve ser entregue no segundo semestre de 2026. Segundo o governador, a inauguração desta segunda-feira foi feita seis meses antes do previsto.
Elogio a Lula rende vaias
Ao discursar no evento, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, elogiou os indicadores econômicos do governo Lula, reclamou da falta de menção ao banco na placa do governo estadual e atribuiu o “avanço do país” à parceria entre as gestões.
Parte dos presentes vaiou as declarações de Mercadante, ex-senador pelo PT e ministro de três pastas no governo de Dilma Rousseff (PT). “Brigar com os fatos não resolve“, afirmou o presidente no BNDES, em defesa do próprio elogio ao contexto econômico do país.
A entrega do Rodoanel tem sido reiteradamente mencionada por aliados de Tarcísio, a exemplo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, secretário de governo de São Paulo, como exemplo de boa gestão do mandatário. Em alguns casos, a menção às entregas estaduais do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) as associa a credenciais para eventual candidatura à Presidência da República em 2026.
*Com informações de Estadão Conteúdo