O taping, uma técnica que usa bandagens funcionais elásticas, é muito usado em atletas no tratamento de lesões e tensões musculares e articulares, mas agora também tem sido utilizado em mulheres no pós-parto. O objetivo, segundo os fisioterapeutas, é ativar a musculatura abdominal, estimular a circulação sanguínea, reduzir o inchaço do corpo e ainda auxiliar no processo de cicatrização.

Como tem ação linfática e contentiva, o taping proporciona melhor sustentação abdominal e drenagem dos tecidos. “Ele promove o conforto, auxilia na diminuição de inchaços e melhora a cicatrização e aquela sensação de ‘vazio’, ‘órgãos soltos’ e ‘barriga frouxa’, que é comum ser relatada pelas mulheres logo após o parto”, explica Giselle Venciguerra, fisioterapeuta obstetra e pélvica de Campo Grande (MS). A técnica foi inventada há mais de 30 anos pelo quiropraxista japonês Kenzo Kase.

“A bandagem promove a tensão constante na pele, levando ao relaxamento ou a contração muscular e, nessa fase, ajuda na ativação do músculo reto abdominal, proporcionando conforto. Ela ainda pode ser utilizada para o relaxamento, aliviando dores lombares, nos ombros e na região cervical”, acrescenta Valéria Carrer, fisioterapeuta materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein. A vantagem do taping é que ele não restringe os movimentos ou pressiona os órgãos, como acontece com as cintas cirúrgicas, que não são mais recomendadas para o pós-parto, independentemente da via de parto.

Como é feito o taping

A primeira aplicação das bandagens, que são de algodão e hipoalergênicas, pode acontecer entre as primeiras 24 e 72 horas após o parto (normal ou cesariana). As trocas costumam ser feitas entre cinco e sete dias depois, no consultório ou mesmo na casa da paciente, e muitas vezes com um intervalo de poucos dias entre elas para a pele respirar. É essencial que todos esses processos, que geralmente são repetidos por entre seis e oito semanas, sejam feitos por fisioterapeutas especializados no taping, e jamais pela pessoa sozinha, seguindo tutoriais que estão disponíveis na internet.

Caso contrário, a tensão colocada pode ser errada, não tratando o problema e até piorando o quadro. “O método aplicado de forma equivocada pode gerar bolhas, garrotes (que interrompem a circulação sanguínea), marcas na pele, fibroses, alergias e aderências que podem ser difíceis de tratar”, acrescenta Venciguerra.

É muito importante que o profissional faça uma avaliação individualizada da paciente, verificando seu tônus muscular e apalpando a região para determinar como e onde fará a aplicação. Além da barriga, dos quadris e das costas, a bandagem pode envolver ainda as pernas e os pés e, para isso, o profissional terá de ouvir as queixas da puérpera e analisar seu histórico. “Também é fundamental que ele verifique se há algum dos fatores que podem levar à contraindicação da técnica, como cicatrizes recentes, lesões e trombose”, diz Carrer.

Outro fator que deve ser levado em consideração é que a nova mãe tenha consciência de que o taping é parte de um processo de recuperação do seu corpo, que pode contar ainda com drenagem linfática, exercícios e mesmo a aplicação de laser, para melhorar ainda mais a cicatrização.

É essencial que o acompanhamento pelo fisioterapeuta seja feito em paralelo às consultas regulares com o obstetra, que vão dar as orientações necessárias em cada fase e são mais importantes do que qualquer técnica isolada. A técnica favorece a recuperação da diástase (uma separação anormal entre os músculos do abdômen que pode ocorrer após a gestação), principalmente, porque proporciona a melhora da postura e oferece suporte muscular. “Ainda não existem estudos de boa qualidade que comprovem sua ação nesse caso, até mesmo porque se trata de um recurso novo dentro da fisioterapia obstétrica”, afirma Venciguerra.

Taping na gestação

Enquanto o bebê ainda está no útero, o método é usado para auxiliar nas dores no púbis e na região lombar, que costumam surgir devido ao peso da barriga e da alteração na postura da gestante.

As bandagens são uma boa opção também para diminuir o risco de entorses e lesões, que podem acontecer porque nessa fase os ligamentos ficam mais frouxos. Mas elas só podem entrar em cena quando a gravidez não é de alto risco e o obstetra liberar a sua colocação.

Fonte: Agência Einstein

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