A despeito das especulações sobre minirreforma na Esplanada, o presidente Lula da Silva deve arrumar primeiro a cozinha. Os palacianos Rui Costa (Casa Civil) e Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa) mal se falam, garante quem acompanha a rotina. Belchior não repassa todos os assuntos que trata direto com o presidente, em especial projetos do PAC III. Os colegas palacianos tentam, sem sucesso, armistício entre a dupla ou uma saída honrosa para Belchior, já que Costa é da cota do senador Jaques Wagner (PT-BA), o conselheiro do presidente – e quem o Barba gostaria que assumisse o posto desde o início. Tem um ingrediente eleitoral nesse cenário. Míriam não tem voto, é a face técnica do Governo – herdada da gestão Dilma Rousseff. Já Costa vem da Bahia, que deu 1,5 milhão de votos de frente para Lula na eleição de 2022 contra Jair Bolsonaro. Se dependesse de Costa, Míriam já teria saído do cargo, avisam aliados. A preferida para a vaga é a sua chefe de gabinete Talita Nobre Pessoa.

Lula deve arrumar primeiro a cozinha palaciana antes de mexer no inquilinato da Esplanada para reforçar as relações com o Congresso Nacional

Destilados nos copos da Receita

O setor de destilados levou à Receita Federal dados técnicos que podem ter impacto na regulamentação da Tributária. Técnicos do órgão receberam um documento da Associação Brasileira de Bebida Destilada pontuando que, no caso do IPI, produtos de venda em larga escala como a cerveja sofrem incidência de 3,9% à alíquota. Em contraste, os destilados são onerados por alíquotas até cinco vezes maior, chegando ao patamar de 19,5%. Quando se observa o consumo, o de cerveja é de 84 litros per capita enquanto o dos destilados é de apenas 4,1 litros. “Uma impressionante diferença superior a 20 vezes entre as categorias”, destaca o documento.

Turma do home-office

Presídio federal de Mossoró
Presídio federal de Mossoró (Crédito:Divulgação)

A PF abriu investigação contra 10 servidores da Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró. Seriam suspeitos de facilitar a fuga dos dois detentos ligados ao Comando Vermelho. Como a Coluna já publicou, há suspeita de que todos estavam num surreal “home-office”. E não seria a primeira vez, de tanto que consideravam segura a prisão.

Apagada, Tebet busca rotas para a urna

Ministra de Estado do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa do programa A Voz do Brasil
Ministra de Estado do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa do programa A Voz do Brasil (Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil.)

Desiludida pela falta de protagonismo na Esplanada, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), confidencia a aliados que merecia mais no Governo pelo fator que representou na equação eleitoral de 2022, mas não cobra o chefe. Saídas honrosas não faltam à mesa. Há até quem indique uma candidatura à Prefeitura de Três Lagoas, seu reduto onde ela e o falecido pai já foram prefeitos, o que a ministra já rechaçou. Ficar longe de Brasília após a vitrine nacional da campanha está na contramão. Tebet tem mágoas de Lula e seu entorno, por isso não descarta voltar ao Estado para uma candidatura a governadora.

Câmaras viram o sonho do recomeço

“Pelo amor de Deus, parem as convocações. Não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações. Raciocinem!” Janaina Paschoal, deputada estadual, que pretende sair do PSL
Janaína Paschoal (Crédito:Renato S. Cerqueira/ Futura Press)

Para quem gosta do Poder, se acostuma e sem ele não vive, o importante é não ficar sem mandato – mesmo que o projeto eleitoral conote um “rebaixamento”. O ex-prefeito Cesar Maia no Rio de Janeiro deu exemplo e puxou o bonde. É candidato à reeleição como vereador. Agora, surgem os anúncios do ex-senador Elmano Ferrer em Teresina, do ex-governador Anthony Garotinho na capital fluminense e da ex-deputada Janaína Paschoal em São Paulo como pré-candidatos a vereadores. O ex-senador Mão Santa é prefeito de 2º mandato em Parnaíba (PI), e não se descarta candidatura a edil numa próxima.

“Mais Cubanos”: Brasil é novo lar

Desde o Mais Médicos, o Brasil sedia silenciosa e permanente migração de cubanos para nosso País. São os que ficaram e agora trazem famílias. A situação só piora lá. Na quarta-feira (27/3) houve protestos em Havana. O Governo cortou a internet, e o racionamento de energia chega a 18h.

Tensão na Eletrobras

Termina este mês o prazo para adesão voluntária ao plano de demissão oferecido pela nova direção da Eletrobras, longe do controle da União, aos servidores de carreira. Causou mais tensão na empresa. Há indicativos de pressão por parte dos acionistas, a fim de contratar autônomos para os serviços. A empresa tem alegado altos custos.

O mistério de Barros

A reunião do deputado Ricardo Barros (PP-PR) com o presidente Lula da Silva no Palácio da Alvorada caiu como bomba no partido, porque ainda é cercada de mistério. Aliado de Jair Bolsonaro, mas de trânsito suprapartidário, amigos apontam que ele pode se tornar líder na Casa ou ministro palaciano de articulação com Congresso.

NOS BASTIDORES

Incompetência brazuca

O Legislativo ficou invisível na passagem de Emmanuel Macron pelo Brasil. O Grupo Brasil-França do Senado não conseguiu se reunir por quatro anos, desde a sua criação.

Com pijama, na paz

Dois generais da reserva podem se gabar de vestir com tranquilidade os pijamas. Hamilton Mourão e Santos Cruz passaram incólumes no Governo Bolsonaro e são da turma que não acordará com visita às 6h.

Marçal, um cristão…

Influencer e coach que promete sucesso profissional, Fábio Marçal filiou-se ao Democracia Cristã, do famoso Eymael. Quer ser candidato à prefeitura de São Paulo. Marçal foi guia que deixou grupo de seguidores em apuros numa serra paulista.

Ex-porco aéreo

Aconteceu há duas semanas no espaço aéreo do Recife. O piloto de um avião Baron comunicou que precisou fazer alijamento de porco selvagem do voo. O bicho anestesiado acordou e mordeu a tripulação.