Tao Geoghagen Hart é o campeão do Giro da Itália-2020. O britânico da equipe Ineos conquistou o seu primeiro título de grande volta ao terminar na frente do australiano Jai Hindley da Sunweb, na etapa 21, a última, um contrarrelógio realizado em Milão de 15km.

Os dois ciclistas chegaram na última etapa e nem estavam preocupados em vencer a etapa. Porém, chegar um na frente do outro, pois entraram o mesmo tempo (85h22m07, fato inédito em última etapa em 102 anos de Giro). Tao marcou 18m14s, na posição 13. Já Hindley, marcou 18m53s na posição 38. O vencedor da etapa era pule de dez e não teve surpresa: o campeão mundial da especialidade, o italiano Filippo Ganna (Ineos) e que tinha vencido os outros dois contrarrelógios.

Tao Geoghagen venceu o Giro de forma inesperada. Ele era um dos gregários (ajudantes) do capitão da Ineos Geraint Thomas, que abandonou o giro na terceira etapa. O londrino herdou a posição de número 1 da equipe apenas na última semana de provas, quando ganhou uma etapa de montanha e foi segundo em outras duas. Assim, entrou na penúltima etapa (20) com chance de título, venceu (empatando em tempo com Hindley) e, no contrarrelógio deste domingo, confirmou ser superior ao rival.

Uma grande curiosidade: esta foi a primeira vez na centenária prova italiana que um ciclista é campeão sem jamais ter sido primeiro colocado e vestido a Maglia Rosa, em nenhuma das 20 etapas anteriores, apenas ao fim da última.

– Quero curtir essa sensação. Nem nos meus sonhos mais loucos imaginava isso. Sabia que poderia lutar para ser um Top10. Mas vencer? Porém, nesta etapa estava confiante e soube que estava muito bem quando meu técnico disse no rádio para que eu não forçasse muito e não corresse riscos – disse Tao Geoghagen.

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Além do título, Geoghagen também ficou com a camisa branca, a de melhor atleta até 25 anos. Aliás, três ciclistas com 25 anos ou menos ficaram no top5: Hindley (24 anos), Geoghagen (25 anos) e João Almeida (22 anos e em sua primeira grande volta).

Ganna vence a etapa

No contrarrelógio os ciclistas largam individualmente com um minuto de diferença um para o outro e a ordem é do pior colocado para e com o líder sendo o último a largar. Ganna, mal posicionado na classificação geral, largou na metade do dia e, para alegria dos torcedores italiano presentes nas ruas de Milão. Assumiu a liderança com um tempo excepcional (17m16s), imbatível. Tanto que o segundo colocado, o belga Victor Campeanerts, chegou 32s atrás do italiano. O terceiro colocado foi Rohan Dennis (australiano da Ineos) um segundo depois. Ganna venceu quatro da 21 etapas deste Giro.

A briga pelo Top3

Mas o que todos queriam ver era o que os primeiros colocados iriam fazer. João Almeida (português da Ineos) e Pello Bilbao (espanhol da Bahrain) ainda lutavam pelo terceiro lugar e o holandês Wilco Kelderman (da Sunweb) estava no meio do caminho. Tinha uma chance mínima de recuperar o primeiro lugar, perdido na etapa de sábado, mas ainda podia perder um lugar no pódio. Afinal, estava 1m32 atrás dos líderes, mas 1m20s do quarto colocado. João Almeida fez excelente tempo, 17m57s (quarta melhor marca) e subiu para o quarto lugar geral, superando Bilbao (que terminou com o tempo de 18m32s). Kelderman se manteve em terceiro, seu tempo neste domingo foi de 18m11s, e garantiu o pódio

A briga pelo título

Geoghart entrou na etapa em segundo lugar pelo desempate, mas como favprito, por ser melhor contrarrelogista do que Hindley. Na primeira parcial ele passou com 12s de frente para Hindley e indicando que terminaria na frente do rival. Geoghagen cravou 18m14s contra 18m53s do australiano, coroando-se campeão.

Assim ficou a classificação final:

1 – Tao Geoghegan Hart (GBR/Ineos) 85h40m21s
2 – Jai Hindley (Austrália/Sunweb) + 39s
3 – Wilco Kelderman (Holanda/Sunweb) + 1m29
4 – João Almeida (Portugal/Quick-Steps) + 2m57s
5 – Pello Bilbao (Espanha/Bahrain) + 3m09s
6 – Jakob Fuglsang (Dinamarca/Astana) + 7m02s
7 – Vicenzo Nibali (Itália/Trek) + 8m15s
8 – Patrick Konrad (Austria/Bora) + 8m42s
9 – Fausto Masnada (Itália/Quick-Step) + 9m57s
10 – Hemann Pernsteiner (Austria/Bahrain) + 11m05s

As outras premiações

O campeão por pontos foi o francês Arnaud Demare, da FDJ-Groupama. Ele venceu quatro das cinco provas planas e já entrou na última etapa como o dono da Maglia Ciclamino (camisa ciclamen, ou lilás). O segundo colocado foi Peter Sagan. O supercampeão eslovaco que defende a equipe Bora não venceu provas planas, mas ganhou uma etapa de fuga. Este triunfo fez Sagan (vencedor de 117 provas e heptacampeão do Tour de France entre os velocistas) acabar com um jejum de vitórias que durava 15 meses.


O Rei da montanha também estava decidido antes desta última etapa. Ficou com o português Ruben Guerero. Bastava apenas o ciclista da Ineos confirmar a posição encerrando a etapa , o que ocorreu. A equipe campeã foi a Ineos, que venceu sete das 21 etapas.


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