Na noite final de disputas do Mundial Paralímpico de Natação, o brasileiro Talisson Glock conquistou nesta quinta-feira a sua terceira medalha na competição realizada na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do Mexico. Desta vez o catarinense de Joinville faturou o bronze na prova dos 200 metros medley na classe SM6.

Ele se garantiu no pódio ao fechar a final com o tempo de 2min52s98, pouco à frente do espanhol Antoni Ponce, que nos metros finais da final chegou a ameaçar o terceiro lugar obtido pelo brasileiro, mas ficou em quarto com 2min54s52. O ouro desta prova foi obtido pelo colombiano Nelso Crispin com 2min46s84, enquanto que o chinês Hong Yang ganhou a prata com a marca de 2min48s02.

Talisson Glock revelou que sentiu o cansaço na parte derradeira desta final, tendo em vista a sequência de provas que realizou no Mundial e também ao desgaste extra proporcionado pelos 2.150 metros de altitude da capital mexicana.

“Hoje (quinta-feira) forcei bastante, essa é a minha principal prova, mas estou satisfeito com o resultado. Estou muito cansado, é fim de competição, peguei poucas provas sem eliminatória neste Mundial. Então saio daqui esgotado. Agora é descansar, tirar umas férias e voltar aos treinos com força total em janeiro”, ressaltou o nadador.

Antes deste bronze, Talisson Glock já havia faturado um ouro na prova dos 100 metros costas e uma prata nos 50 metros borboleta, ambos também pela classe S6. Por esta mesma categoria, ele foi sétimo e oitavo colocado, respectivamente, nos 400 metros livre e dos 100 metros livre deste Mundial.

Assim, o nadador de apenas 22 anos de idade fechou a sua participação na competição de forma positiva, sendo que na capital azteca ele ganhou o seu primeiro ouro em um Mundial com o triunfo nos 100 metros costas. E, com os três pódios no México, passou a contabilizar sete medalhas ao total em três campanhas no importante evento. Ele levou duas pratas na edição de Montreal-2013 e amealhou uma prata e um bronze em Glasgow-2015.

Foi mais um capítulo de superação na vida do jovem catarinense, que com apenas nove anos de idade perdeu a perna e o braço esquerdos ao ser atropelado por um trem. Ele começou a se dedicar à natação em 2004 e em 2010, com apenas 15 anos, foi integrado à seleção brasileira paralímpica da modalidade.

Pouco antes de Talisson Glock ganhar o bronze, o brasileiro Ruiter Gonçalves disputou a primeira final da noite desta quinta-feira e ficou na sétima e última posição da prova dos 400 metros livre na classe S10. Ele terminou com o tempo muito lento de 4min55s18, quase exatamente 30 segundos atrás do italiano Federico Morlacchi, que garantiu o ouro com 4min25s19.

O Brasil ainda estará presente em outras quatro finais programadas para a noite desta quinta-feira, com destaque para Daniel Dias na disputa do revezamento misto 4×50 metros livre misto 20 pontos (soma dos números das classes dos nadadores) em busca de seu sétimo ouro neste Mundial e o 31.º na história da competição.