Os talibãs parecem contar com um “impulso estratégico” em suas amplas ofensivas no Afeganistão, mas sua vitória está longe de ser certa, disse Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos nesta quarta-feira (21).
Quase 20 anos depois que os EUA derrubaram o regime talibã, na sequência dos ataques de 11 de setembro de 2001, e com a retirada quase completa do território das forças estrangeiras lideradas por Washington, os insurgentes ocuparam quase metade dos cerca de 400 distritos do Afeganistão.
No entanto, eles não controlam nenhuma das principais cidades densamente povoadas do país, disse Milley em entrevista coletiva.
Com os talibãs pressionando cerca de metade das capitais de província do país, as tropas afegãs estão “consolidando suas forças” para proteger os principais centros urbanos, acrescentou.
“A maior parte da população vive nas capitais provinciais e na capital, Cabul”, disse Milley.
“Uma tomada militar automática pelo Talibã não é um desfecho inevitável”.
Os talibãs estão tomando território, ocupando passagens de fronteira e cercando cidades.
Seu avanço testou os ânimos do exército afegão, já abatido por anos de baixas e, mais recentemente, pela decisão das forças internacionais lideradas pelos EUA de deixar o país.
Embora o exército afegão tenha sido treinado por essas forças e as estimativas mostrem que ele supera em muito o Talibã, Milley disse que os números não fortes o suficiente para vencer uma guerra.
“Os dois multiplicadores de combate mais importantes são realmente a vontade e a liderança. E isso agora será um teste da vontade e da liderança do povo afegão, das forças de segurança afegãs e do governo do Afeganistão”, disse ele.
O presidente dos EUA, Joe Biden, também disse que a tomada do poder pelo Talibã “não é inevitável”.
Mas no início deste mês ele também alertou que os afegãos devem se unir contra os insurgentes, admitindo que é “muito pouco provável” que um governo unificado controle todo o país.