01/09/2021 - 13:35
ROMA, 1 SET (ANSA) – O vice-diretor do Escritório Político do Talibã, Sher Abbas Stanekzai, afirmou nesta quarta-feira (1º) que as mulheres não terão papéis importantes no novo governo do Afeganistão, que deve ser anunciado em até dois dias.
À “BBC Pashto”, Stanekzai que elas farão parte do governo, “mas não em cargos de alto nível”, como em Ministérios, apenas em “cargos menores”. O representante ainda afirmou que quem fez parte dos governos durante a ocupação dos Estados Unidos, entre 2001 e 2020, não fará parte do novo quadro administrativo.
No entanto, Stanekzai voltou a afirmar que as mulheres “poderão continuar a trabalhar” quando a situação se normalizar. Também nesta quarta, a agência francesa “AFP” afirmou que parte delas puderam voltar a trabalhar em unidades de saúde, duas semanas após serem suspensas.
Na última semana, os talibãs informaram que muitas profissionais não puderam voltar para seus postos de trabalho por “questões de segurança e treinamento”, que seriam dados pelas forças de segurança. Mas, há muitas dúvidas sobre como será feita essa retomada, especialmente, nos locais de trabalhos mistos – nas universidades, as turmas devem ser separadas.
No primeiro governo do Talibã, entre 1996 e 2001, elas foram proibidas de estudar, trabalhar e até sair de casa sem a companhia de um homem.
Novo líder supremo – O jornal “The New York Times” afirmou que fontes ligadas aos talibãs informam que o grupo indicará Haibatullah Akhunzada para ser a “autoridade suprema” do país. A ideia é copiar o que existe no Irã, como ocorre com o aiatolá Ali Khamenei como guia supremo do país.
Já Mullah Abdul Ghani Baradar, um dos cofundadores dos talibãs, deve ser indicado como guia das operações diárias do governo.
Catar – Um avião do Catar com uma equipe técnica aterrissou nesta quarta-feira no aeroporto de Cabul para discutir “uma retomada das operações na escala” da capital afegã.
“Mesmo que não tenha sido atingido um acordo definitivo sobre o fornecimento de assistência técnica, uma equipe do Catar iniciou a discussão depois de um pedido por parte” dos talibãs, disse uma fonte à France Presse.
Desde o fim da evacuação militar dos países ocidentais, o aeroporto Hamid Karzai parou de funcionar para voos internacionais. (ANSA).