Divulgação

O poderoso rosto de Kaia Gerber está em todos os lugares: passarelas, capas de revista e campanhas publicitárias de bolsas, relógios e uma infinidade de peças de vestuário. Gigantes como Chanel, Prada, Dior e Louis Vuitton não pensam duas vezes antes de contratá-la, o retorno é garantido. Aos 19 anos, Kaia tem um trunfo genético: é filha da supermodelo Cindy Crawford. As duas, aliás, são tão parecidas que é impossível não lembrar a mãe no início da profissão. A carreira da filha começou quando as duas compartilharam a mesma passarela em 2017. Cindy, aos 51, fez uma participação histórica na coleção de verão da italiana Versace enquanto Kaia dava seus primeiros passos de sucesso. “Nunca imaginei que nossos destinos iriam colidir dessa maneira”, disse a jovem para a revista Vogue americana.

O caso de Kaia não é isolado. A geração de supermodelos dos anos 1990, de alguma maneira, está retornando às passarelas por meio de suas herdeiras. Outra sensação atual é Lily-Rose Depp, filha da modelo e cantora francesa Vanessa Paradis e do ator Johnny Depp. Com seus quatro milhões de seguidores, Lily-Rose é famosa desde pequena quando acompanhava os pais em diversos tapetes vermelhos. O rosto — e o sorriso — quase idêntico ao da mãe a levou ao cargo de principal modelo da francesa Chanel, feito que Vanessa alcançou em 1992. As duas compartilham, cada uma em sua década, a campanha publicitária do Chanel Nº5, o perfume feminino mais famoso do planeta. Já Lila Moss, filha da inesquecível Kate Moss, mal completou 18 anos e já estampa a capa da Vogue italiana. Lila possui o mesmo olhar marcante da mãe e estaria trabalhando mais, não fosse a pandemia. Sua estreia na passarela aconteceu em um desfile virtual para a marca italiana Miu Miu. A filha de Heidy Klum, uma das mais famosas “Angels” da Victoria’s Secret, insistiu até conseguir a benção da mãe para começar a modelar. Leni Klum, que aos 16 anos estampa a capa da Vogue alemã, conta que recebeu a primeira oferta de trabalho aos 13 anos, mas a mãe não gostou nada da história.

Berço de ouro

Apesar do sucesso das filhas das top models do passado, não basta nascer em berço de ouro para ter uma carreira brilhante nas passarelas e capas de revista. De acordo com Anderson Baumgartner, empresário da Way Model, responsável pela carreira das principais modelos brasileiras, Kaia Gerber, por exemplo, é muito mais do que um rostinho bonito. “Vivemos em um período em que as modelos são conhecidas por suas personalidades. As medidas ficaram para trás”, diz. Ou seja, é preciso gostar de trabalhar e mostrar profissionalismo. Esse, aliás, é uma das principais qualidades da herdeira de Cindy Crawford. Elogiada por sua maturidade e seriedade no ramo, ela conta que recebeu bons conselhos da mãe para trilhar a profissão. Vale lembrar que Cindy sempre teve uma carreira consistente, longe dos vícios em drogas e bebidas que assolaram diversas profissionais de sua época.

Outro fator determinante para o sucesso atualmente é o bom uso das mídias sociais. E o Instagram é a principal delas. A rede, aliás, é responsável pela criação de uma profissão paralela a das modelos: a de “influencer”. Em uma entrevista para a Vogue, Heidy e Leni Klum dizem que chegaram à conclusão que estava na hora de deixar a vontade de Leni falar mais alto. “Dezesseis é uma boa idade. Se você tem permissão para dirigir um carro, também pode ter uma conta oficial no Instagram e mostrar seu rosto”, disse Heidy. Ambas são altas, loiras e com feições simétricas. Porém, a tendência de filhas adotarem a profissão estilosa da mãe não é de hoje. Começou há mais de uma década quando Georgia Jagger, filha da manequim Jerry Hall e de Mick Jagger, assinou contrato com uma agência de modelos. Com o rosto da mãe e o sorriso do pai, Georgia abriu caminho para as que vieram depois. E, se depender do histórico de sucesso desses nomes, essa é uma tendência que veio mesmo para ficar.