O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, não tem impedimento para visitar os Estados Unidos, afirmou nesta terça-feira (29) o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, que garantiu que o governante não tem planos imediatos de viajar ao exterior.
As autoridades taiwanesas se pronunciaram após o governo americano supostamente negar permissão a Lai para fazer uma escala em Nova York como parte de uma visita em agosto à América Latina.
O gabinete de Lai nunca confirmou a viagem, mas o Paraguai – o único país sul-americano que mantém relações com Taiwan – anunciou este mês que Lai visitaria o país em agosto.
Para realizar essa visita, Lai teria que fazer uma escala em território americano.
A China considera Taiwan parte de seu território e rejeita que outros países tenham relações diplomáticas com esta ilha que possui um governo autônomo.
Nos últimos anos, caiu a quantidade de países que reconhecem Taiwan, e em 2021 a Nicarágua mudou sua política e estabeleceu relações com a China. Em 2023, Honduras fez o mesmo.
O porta-voz de Lai, Hsiao Kuang-wei, disse que “não houve adiamento, cancelamento ou recusa de permissão para o trânsito por parte dos Estados Unidos”.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Tammy Bruce, declarou, por sua vez, em uma coletiva de imprensa, que “nada foi cancelado”.
No entanto, “os trânsitos de altos funcionários taiwaneses, incluindo os presidentes, estão totalmente de acordo com nossa política e nossa prática de longa data. Isso não mudou”, disse, reafirmando a política de Washington.
O jornal Financial Times, que citou fontes não identificadas, relatou nesta terça que o governo de Donald Trump negou permissão a Lai para fazer uma escala em Nova York, diante da objeção da China.
De acordo com a publicação, Lai decidiu desistir da viagem após ser notificado de que não poderia ingressar em Nova York.
A democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, se pronunciou sobre a notícia e afirmou que “envia uma mensagem perigosa”. Uma visita de Pelosi à ilha em 2022 gerou indignação na China.
O Ministério das Relações Exteriores da China reiterou sua oposição a visitas de líderes de Taiwan aos Estados Unidos. “Essa posição é consistente, clara e firme”, afirmou o porta-voz Guo Jiakun.
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